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Negócios/Economia

Comerciantes sul-africanos reclamam das vendas durante a Copa do Mundo

Os centros comerciais de Joanesburgo, África do Sul, estão lotados. Turistas estrangeiros e sul-africanos que vieram à cidade por causa da Copa do Mundo circulam durante quase todo o dia por corredores enfeitados especialmente para o Mundial. Dentro das lojas, porém, o movimento não é tão grande quanto fora delas.

Comerciantes sul-africanos que se prepararam para vender como nunca durante a Copa reclamam que a realidade está mundo longe das expectativas criadas pelo torneio. Em algumas estabelecimentos do Sandton City Shopping Centre, um dos locais mais frequentados por visitantes, lojistas dizem que o volume de vendas atual é menor do que de meses antes do Mundial.

“Estamos vendendo menos”, afirma Candice Daubermann, gerente de uma loja de confeccões do shopping. “Esperávamos vender até 30% mais, mas até agora nada. Ninguém veio aqui para comprar. Os turistas só pensam nos jogos”.

Lorraine Bass, que gerencia uma loja de roupas femininas, confirma o baixo movimento. “Aqui, a Copa não ajudou em nada. Estamos vendendo menos e gastando mais com funcionários”, reclama ela.

Lorraine explica que, por causa da Copa, o horário de funcionamento do Sandton City foi ampliado em três horas. Isso fez com que a loja fosse obrigada a pagar horas-extras para seus vendedores, além do transporte deles para casa. “Nós não vemos a hora de a Copa terminar”, afirma, endossada por vendedoras que também reclamam de suas vendas.

Para o presidente da Câmara de Comércio e Indústria da África do Sul, Neren Sau, a situação vivida nas duas lojas não é exceção. Segundo ele, muitos comerciantes sul-africanos estão decepcionados com a Copa do Mundo e menos esperançosos quanto ao movimento de suas vendas.

Essa má impressão, disse ele, está retratada no índice de confiança de empresários. Em abril para maio, esse índice caiu 2%, interrompendo uma sequência de altas verificada deste de o início do ano. “Os comerciantes perceberam que a Copa traria muito menos dinheiro ao país do que havia sido esperado”, disse ele.

Mesmo assim, de acordo com Sau, a Copa será benéfica à economia do país. Setores do comércio ligados diretamente ao Mundial estão faturando mais. Só em maio, por exemplo, o volume de negócios da África do Sul aumentou 8% já devido à Copa. “Hotéis, restaurantes, e lojas que vendem artigos do mundial vão ganhar mais”, afirmou. “Mas esse crescimento não virá para todos”.