“É impressionante a força que as coisas parecem ter quando elas precisam acontecer”. A frase de Caetano Veloso fez parte do discurso do governador Renan Filho nesta terça-feira (31) durante a entrega da Comenda Nise da Silveira, no Museu Palácio Floriano Peixoto. A homenagem é um reconhecimento a mulheres que fazem a diferença em Alagoas, sejam nascidas no Estado ou acolhidas ao longo da vida.
Entre as homenageadas, combatentes na luta pelos direitos dos índios (Koram Xucuru-Cariri); dos povos quilombolas (Clara Suassuna); das pessoas com deficiência visual (Marcionila do Rêgo). Há heroína das artes (Tânia de Maya Pedrosa); atuante na área da saúde mental, assim como Nise (Jorgina Sales); religiosa (Francisca Cavalcante dos Santos); líder comunitária (Maria Clara Santos); magistrada (Fátima Pirauá); educadora e engajada durante a ditadura (Alba Correia); agente pela educação (Nancy Virgínia Kans Lyra).
É um time ímpar. E, para esse grupo, Renan Filho fez um pedido: “Continuem derrubando cercas, preconceitos e tabus, para que Alagoas cresça, se desenvolva, avance pelo século 21 adentro, conquiste sua nova emancipação”.
A juíza Fátima Pirauá, que hoje preside a Associação Alagoana de Magistrados (Almagis), falou em nome das homenageadas. “Como representante de todas, eu quero agradecer a essa honraria. Nós mulheres, que temos um papel fundamental na sociedade, estamos cumprindo a missão de trazer a esse mundo muito mais paz, mais amor e muito mais cuidado com a humanidade”, revelou, numa demonstração de respeito à figura feminina.
Sobre as lutas ainda a serem enfrentadas, a secretária da Mulher e dos Direitos Humanos, Roseane de Freitas, a Rosinha da Adefal, destacou o combate à violência. “Temos que reduzir o feminicídio em Alagoas, que consta como o segundo estado onde mais se mata mulheres. Mas vamos mudar essa realidade. Eu acredito na nossa força”, declarou.
A comenda, entregue sempre no mês de março, numa referência ao Dia Internacional da Mulher, remete à Nise da Silveira que, nas palavras do chefe do Executivo, era “espantosamente pioneira”. Nise foi uma das primeiras mulheres formadas em Medicina no país, concebeu tratamentos revolucionários na área da saúde mental. Foi e seguirá como inspiração.
