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Alagoas

Comandante da PM ignora governador e não cumpre acordo com líderes militares

Comandante da Polícia Militar, coronel PM Luciano Silva

Após diversas reuniões realizadas entre os líderes de associações militares e demais sindicatos de servidores públicos que estavam em busca de melhoria salarial e valorização profissional para a categoria e os representantes do Governo do Estado, sendo um deles o secretário de Estado da Gestão Pública, Alexandre Lajes, ficou acordado segundo documento assinado entre ambos que às punições dos militares e servidores que participaram do movimento unificado dos servidores públicos ocorrido nos últimos meses e estão respondendo por Inquérito Policial Militar (IPM) e sindicância serão retirados.

O acordo foi firmado entre o Governo do Estado, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e demais servidores públicos no dia 10 de junho deste ano, por meio do ofício nº 110/2011 – SEGESP/GS para não punição dos militares que participaram dos atos ligados ao movimento grevista reivindicatório.

Entretanto, o comandante da Polícia Militar, coronel PM Luciano Silva, publicou no Boletim Geral Ostensivo (BGO) nº 154 do dia 16 de agosto, uma sindicância em desfavor ao presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), major PM Wellington Fragoso. No BGO o oficial irá responder por suposta transgressão disciplinar pelo fato de ter declarado em matéria veiculada no site Cada Minuto, no dia 24 de maio deste ano que “Quem fez calúnias vai responder judicialmente”, se referindo às bombas que foram jogadas no quartel durante as manifestações dos servidores públicos estaduais, onde líderes de associações foram acusados de terem cometido tal atentado. “Eu somente declarei na matéria que aqueles que fizeram declarações falsas deveriam responder judicialmente por calúnia, visto que houve declarações onde líderes da classe foram acusados pelo episódio”, disse o major PM Wellington Fragoso.

O presidente da Assomal disse ainda que até agora o acordo firmado entre os líderes das associações militares e o Governo, representado pelo secretário Alexandre Lajes não foi cumprido. Além disso, os inquéritos não foram encerrados, nem às sindicâncias foram canceladas. “O comandante está desobedecendo ao acordo e, em nome da entidade dos oficiais que represento gostaria de ressaltar que, juntamente com outras associações e sindicatos, já estamos desencadeando uma grande reunião que irá ocorrer na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na próxima quarta-feira (31), onde pretendemos avaliar todos os pontos que ainda não foram cumpridos até agora pelo Governo, como é o caso da retirada das punições e sindicâncias”.

De acordo com o presidente da Associação de Praças (Aspra), sargento PM Wagner Simas, o não cumprimento por parte do comando do acordo firmado com os militares demonstra a impotência do Governo do Estado. A falta deste compromisso irá ocasionar uma nova mobilização com a finalidade de cobrar o acordo. “A palavra do Governo não está sendo respeitada pelo comando”, finalizou.