A placa está cravada na taça da Libertadores da América: Internacional – Campeão de 2010! A glória absoluta do continente foi mais uma vez alcançada pelo Campeão de Tudo! Assim como foi em 2006, o time colorado teve o privilégio de erguer o troféu no gramado do Beira-Rio, para deleite da maior e melhor torcida do Rio Grande! A América foi repintada de vermelho nesta antológica conquista Um grito está ecoando por todos os cantos onde existam colorados: bicampeão!!
Começo nervoso
Os minutos iniciais foram eletrizantes. Cada centímetro do gramado foi disputado com máxima energia pelos jogadores. Não faltaram lances ríspidos. O Inter tentava trocar passes em velocidade no campo de ataque, mas os mexicanos marcavam em cima e cometiam muitas faltas.
Aos 3min, após cruzamento para a área, a bola sobrou para Tinga, que tentou acionar Rafael Sobis, mas a zaga do Chivas afastou. Aos 9min, D’Alessandro alçou a bola para a área em uma cobrança de falta e Sandro cabeceou para a defesa em dois tempos de Michel. A resposta da equipe de Guadalajara foi aos 12min, em um chute de longe de Bautista que Renan defendeu sem problemas.
Inter toma a iniciativa
O Inter acelerava o jogo com toques conscientes no meio-campo. Taison era uma interessante válvula de escape com suas arrancadas verticais. Aos 21min, ele foi lançado e o goleiro teve que abandonar a área para interceptar a bola. No minuto seguinte, Fabián assustou com um chute de fora da área que passou muito perto do ângulo direito.
Aos 23min, Tinga fez grande jogada pela direita e tocou para Sobis: o atacante fez o corta-luz e Taison apareceu para concluir com um chute frontal que Michel defendeu com dificuldades. Aos 25min, D’Alessandro cobrou uma falta com muito veneno e a bola desviou na zaga para escanteio. Depois da cobrança, Bolívar pegou o rebote e chutou perigosamente ao lado do gol.
Jogo truncado
A partida ficou mais equilibrada a partir dos 30 minutos. A disputa ficou mais concentrada no meio-campo, com poucas chances de gol. Aos 37min, D’Alessandro aplicou o La Boba e tocou para o meio da área, mas Magallón conseguiu afastar com um chutão. Aos 40min, Taison foi à linha de fundo, tocou para trás e Sobis conseguiu o domínio para logo depois ser derrubado pelo goleiro mexicano. O juiz não marcou o pênalti, já que o bandeirinha sinalizou que a bola havia saído.
Chivas abre o placar
Aos 42min, o Inter foi duramente castigado. No único ataque efetivo do Chivas, Bravo desviou de cabeça e a bola sobrou na marca penal para Fabián, que acertou um belo chute e abriu o placar. Foi um gol injusto pelo volume de jogo apresentado pelo Inter na etapa inicial.
Pressão total
A equipe colorada voltou com a mesma formação para o segundo tempo. O Inter manteve o ímpeto ofensivo. Logo a 1min, Taison soltou uma paulada de longe e Michel defendeu em dois tempos. O goleiro mexicano se mostrava muito inseguro. Aos 3min, Rafael Sobis experimentou de fora da área e ele fez a defesa com enorme dificuldade, com a bola explodindo no seu peito. Aos 8min, Sobis foi lançado na área e tentou driblar Michel, mas desta vez o goleiro do Chivas conseguiu se recuperar com uma boa defesa.
Brilha a estrela de Sobis
O Inter permanecia no campo de ataque, mas o Chivas se fechava bem. Mas não era possível segurar por muito tempo a pressão colorada. Aos 16min, o Inter fez boa troca de passes até que Kleber cruzou rasteiro, com precisão cirúrgica, para a área. Rafael Sobis (foto ao lado) conseguiu se esticar e desviou para o gol. Assim como em 2006, quando marcou duas vezes no primeiro jogo da final contra o São Paulo, o garoto formado no Beira-Rio foi mais uma vez decisivo. O Inter empatava para a explosão de alegria no Gigante! 1 a 1.
Aos 19min, Giuliano entrou no lugar de Taison, que deixou o campo muito aplaudido. Aos 24min, D’Alessandro chutou para defesa salvadora de Michel. No lance seguinte, foi Renan que fez grande defesa após a conclusão de Fabián, evitando o gol mexicano.
Damião sai do banco para virar o placar
Aos 27min, Leandro Damião entrou no lugar de Rafael Sobis. E três minutos depois de ingressar no jogo, Damião virou o placar para o Inter. O atacante roubou a bola no meio-campo, deu um drible da vaca no adversário, avançou em velocidade e chutou na saída do goleiro para fazer 2 a 1. A torcida comemorou o gol gritando “bicampeão!”. Ninguém mais segurava o Inter no Beira-Rio!
Giuliano não poderia deixar de marcar
Aos 38min, Tinga deixou o campo para a entrada de Wilson Matias. Aos 40min, Arellano foi expulso após entrada violenta em D’Alessandro. A festa tomou conta do Beira-Rio! “Ai, ai, ai, ai, tá chegando a hora!” cantavam os torcedores. Mas ainda tinha tempo para mais um gol do Inter. Aos 44min, Giuliano passou como quis pela marcação e tocou por cima do goleiro para ampliar: 3 a 1! Foi o sexto gol do meia-atacante, artilheiro do time nesta Libertadores. Araujo ainda descontou, aos 47min, mas não havia como evitar a glória colorada. A América novamente estava pintada de vermelho.
Palavra dos campeões
“Foi duro; foi emocionante. Isto é fruto de um trabalho nosso de tempos atrás. Parabéns aos jogadores que foram campeões, à torcida colorada sempre tão fiel e a todos que de alguma forma ajudaram para esta conquista. Nossa obsessão agora é o Campeonato Brasileiro e depois pensaremos no Mundial de Clubes”, afirmou o vice de futebol, Fernando Carvalho.
“É uma realização inexplicável para mim. Voltar para o Clube e conquistar um título como este é sensacional”, falou o goleiro Renan.
“Graças a Deus tudo deu certo. Foi difícil, mas conseguims coroar esta campanha com o título”, disse Glaydson.
“Libertadores é um titulo muito importante. Tenho 21 anos e isso para o meu curriculo é ótimo. Eu e meus companheiros conseguimos. Agora é curtir bastante este título”, comemorou Sandro.
“É indescritível; motivo de orgulho. Quero compartilhar com todos os meus companheiros”, avisou Guiñazu.
“Foi difícil ficar de fora desta final. Mas valeu que o grupo mostrou que tem bons jogadores. Tive uma conversa com o Celso Roth e concordamos com o veto. Tive uma lesão e acabei ficando de fora. Mas é demais saber que fiz parte disso”, falou Alecsandro.
“Este título é para aqueles que jogaram, não jogaram e até para aqueles que tão fora da Libertadores. Time bom e time forte ganha partida, mas um grupo forte ganha campeonatos. O individual vai aparecer quando o coleitvo é forte. Já fui premiado com gols, passes, assim como o Giuliano. Hoje fo a vez do Damião. Isso comprova que o elenco é forte, formado por homens e profissionais”, avaliou Andrezinho.
“Fomos melhor. Escutamos questionamentos sempre, mas sempre também há o trabalho sério. Tentamos mostrar dentro de campo que temos qualidade. Não tem como descrever a sensação; estamos onde todo o jogador queria estar”, afirmou Nei.
“O time está forte; tem um padrão de jogo. E agora é buscar o bi mundial também”, almejou Clemer.
“É o Inter cada vez mais grande. Momento especial que todos querem participar e a oportunidade única. Fico sem palavras por participar desta festa de novo; eu que vivo esta situação de novo. Agora queremos o Mundial. Fiquei mais maduro e experiente. Estou muito contente: vamos comemorar”, vibra o capitão da América Bolívar.
“Um grande momento para mim; de felicidade. Quero retribuir a felicidade para a minha família, meus filhos, ao Celso Roth e a todos os torcedores colorados. No momento ruim, eles estavam comigo”, creditou Índio.
“Título inédito. Conquistar uma taça como esta é inexplicável e estou muto feliz por participar disso”, revelou Kleber.
“Dou este presente para eles e para mim. Fiquei quase um ano parado por conta de uma lesão. E isto é um prêmio pra mim. Vamos comemorar”, falou Rafael Sobis.
“É festa agora; merecemos. Depois é voltar ao trabalho. Carimbamos esta gestão como vencedora, aumentamos o número de sócios e confirmamos o Beira-Rio como estádio da Copa do Mundo de 2014. Esta torcida é quem faz o Inter ser o Inter. Somos bicampeões da América e vamos a Abu Dhabi”, festejou o presidente Vitorio Piffero.
“Estava fora da América e que bom voltar para um clube como o Inter. Este título é para retribuir a confiança”, emocionou-se D’Alessandro.
Ficha Técnica
Inter 3 x 2 Chivas
Internacional (3): Renan; Nei, Bolívar, Índio e Kleber; Sandro, Guiñazu, Tinga (Wilson Matias), D’Alessandro e Taison (Giuliano); Rafael Sobis (Leandro Damião). Técnico: Celso Roth.
Chivas Guadalajara (2): Michel; Magallón, De Luna, Reynoso e Ponce (Sólis); Araújo, Baéz (Vasquez), Fabián; Bautista; Arellano e Omar Bravo. Técnico: José Luiz Leal.
Gols: Fabián (C), aos 42 minutos do primeiro tempo, Rafael Sobis (I), aos 16min do segundo tempo, Leandro Damião (I), aos 30min do segundo tempo, Giuliano (I), aos 44min do segundo tempo, Araujo (C) aos 47min do segundo tempo.
Cartões amarelos: De Luna, Fabián, Bautista, Omar Bravo (C); Bolívar (I).
Expulsão: Arellano (C).
Público: 53.124 (sócios: 49.297)/ Renda: R$ 2.148,430,00
Arbitragem: Óscar Ruiz, auxiliado por Abraham González e Humberto Clavijo (trio colombiano).
Local: Beira-Rio.