A implantação da coleta seletiva de resíduos vem transformando a relação dos moradores da região do Benedito Bentes com a destinação do lixo e, consequentemente, com a limpeza urbana. Graças à sensibilização dos educadores ambientais da Superintendência de Limpeza Urbana (Slum) e ao trabalho diário dos catadores Cooperativa de Recicladores de Alagoas (Cooprel), que atuam no Galpão de Triagem instalado no bairro e inaugurado em fevereiro deste ano, o simples hábito de separar o lixo em duas lixeiras vem sendo incorporado à rotina diária do cidadão.
O sucesso da prática pode ser medido pela quantidade de material que chega diariamente em dois caminhões e 10 carrinhos utilizados para coletar os resíduos por 35 cooperados. Ao se aproximar dos 10 meses de funcionamento, o Galpão já recebeu quase 200 toneladas de resíduos, entre vidro, ferro, alumínio, papelão e plástico – principalmente embalagens e garrafas PET.
“No período inicial da implantação, podemos observar que os moradores receberam bem a iniciativa. O nosso propósito é conscientizar cada vez mais as pessoas da necessidade de separarem seu lixo”, afirma Nadja Barros, diretora de planejamento da Slum.
Um dos segredos do sucesso é a manutenção da periodicidade acertada com os moradores na coleta porta a porta.
João Francisco é cabelereiro no Conjunto Bela Vista, nos arredores do Benedito Bentes II. Ele foi um dos que aderiram à coleta seletiva, logo no início da implantação. “Acredito que é fazer um bem para a cidade. Não custa nada separar”, aponta, ao mostrar com orgulho o adesivo colado na porta de sua residência.
Em outra parte do complexo habitacional, o comerciante Josivaldo Rodrigues Lins mostra que não é apenas o cidadão comum quem adere à prática. Dono de um pequeno mercadinho, ele não titubeou a ser abordado pelos educadores ambientais da Slum, que fizeram um extenso trabalho de sensibilização com os residentes da área do loteamento Cidade Sorriso I. “Aceitei na hora”, enfatiza. “Como por aqui há muito plástico e papelão que iam para o lixo comum, eu aderi à coleta seletiva”, pondera.
E assim, graças à estrutura do galpão e ao apoio dos moradores, os catadores tanto contribuem com o meio-ambiente quanto sedimentam a própria saída da informalidade. “A gente está vendendo bem o material e a coleta vem melhorando a cada dia”, comemora Patrícia Ramos, gestora do galpão.