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Meio Ambiente

Cohidro gerencia contratos de concessão das terras do Platô de Neópolis

Irrigação pública, perfuração de poços, estímulo à pecuária leiteira, à agricultura orgânica e à piscicultura. São diversas as atividades que tornaram a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação (Cohidro) uma referência em Sergipe. E se não bastassem tantas ações, a companhia ainda é uma das responsáveis pela gestão do Platô de Neópolis, uma extensa área de terra produtiva explorada por um grupo de 40 empresas de agronegócios. O Platô é um dos fortes empregadores da região do Baixo São Francisco e contribui de maneira expressiva com a economia do Estado de Sergipe.

Segundo o gerente de Contratos de Concessão, o engenheiro agrônomo Antônio Paulo Feitosa, a Cohidro realiza visitas técnicas freqüentes para fiscalizar, junto aos concessionários, o cumprimento dos contratos de uso das áreas agrícolas do Platô de Neópolis. “Estas áreas pertencem ao Estado. Aos concessionários, como o próprio nome já diz, cabe a utilização da área agrícola através do documento de concessão de cada um dos quarenta lotes. É dever da Cohidro acompanhar o desenvolvimento das atividades agrícolas nos lotes empresariais”, explica Feitosa.

Ainda segundo o gerente, o papel da Cohidro no Platô de Neópolis não se limita à fiscalização dos contratos de concessão. A empresa é responsável, também, por verificar o desenvolvimento dos 40 lotes; inspecionar as infra-estruturas hidráulica, elétrica e viária de uso coletivo; e ainda averiguar o nível de preservação das Áreas de Proteção Permanente (APP) e áreas de reserva, que correspondem a 20% da área total do Platô.

“O objetivo do trabalho de preservação é evitar o esgotamento das áreas de reserva com a retirada de lenha ou exploração de qualquer natureza, mantendo, assim, a integridade dessas áreas e garantindo o equilíbrio do meio ambiente”, diz. Feitosa acrescenta que as empresas que não estejam cumprindo a legislação, além de advertidas, poderão ser penalizadas com multas e até rescisão do contrato de concessão. “Seguimos as normas do órgão estadual do meio ambiente”, complementa o gerente.

O Platô de Neópolis

Ocupando uma área total de 10.422ha, dos quais 6.900ha de área plantada irrigada, o Platô de Neópolis oferece a terra fértil que possibilita a produção de 62 mil toneladas de frutas por ano, 3 mil t de mandioca, 310 mil t de cana-de-açúcar, além dos 40 milhões de cocos/ano. Cerca de 95% da área total encontra-se ocupada e produzindo. No lote 20, um dos maiores do projeto (507ha de área irrigável), o forte é a produção do limão Taiti sem sementes. Na alta safra, são colhidas cerca de 1.500 caixas/dia da fruta. Parte dessa produção é voltada para o mercado sergipano e de estados vizinhos, como Alagoas e Pernambuco. A outra fatia é destinada à exportação.

“Nosso limão é exportado para diversos países através de outras empresas que compram nossa produção. O limão Taiti faz um sucesso danado aqui na região e também fora do país, e isso nos enche de orgulho”, declara Osmário Gomes Vieira, gerente geral da empresa instalada naquele lote. “Mas o mais importante é que o trabalho no lote gera mais de 180 empregos diretos, onde toda a mão-de-obra vem aqui mesmo da região”, destaca o gerente.

O destaque aos empregos gerados reflete alguns dos principais objetivos do projeto: a geração de emprego e renda, e o desenvolvimento da região. Hoje, após 17 anos de implantado, o Platô de Neópolis emprega diretamente 3.500 pessoas. Esse número irá se somar aos mais de 5 mil empregos diretos e indiretos que vão ser mantidos por meio da Área de Reflorestamento do Instituto Pró-Cerâmica e dos Artesãos de Barro de Santana do São Francisco. “A Cohidro destinou uma área equivalente a 108ha para ser explorada por esses dois grupos, para a plantação de eucalipto, madeira que irá alimentar as fornalhas nas cerâmicas e servirá, também, aos artesãos”, explica Feitosa.

Manga, coco, tangerina, laranja, limão, banana, mamão, cana, maracujá. Uma diversidade de culturas disputa os investimentos dos empresários e as atenções de quem visita o Platô de Neópolis. Mas, em meio a plantações repletas de árvores frondosas, um lote contrasta dos demais. Há cerca de três anos o lote 9B é utilizado para a produção de grama de jardim. Dos 207ha de área irrigável, 155ha são destinados a essa cultura.

“A Itograss é uma empresa presente em todo o país e encontramos no Platô de Neópolis as condições ideais para a implantação aqui em Sergipe. Nosso produto é comprado por construtoras, órgãos públicos, logistas que trabalham com paisagismo, e também forra os gramados dos mais famosos estádios de futebol do Brasil”, garante Weberson Araujo, gerente da unidade sergipana da empresa paulista especializada em gramas. “28 famílias tiram o sustento do trabalho que realizam aqui”, conta Araujo.

Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano, o Platô de Neópolis tem uma associação própria responsável por sua administração por arcar com todas as despesas. “A Associação dos Concessionários do Distrito de Irrigação do Platô de Neópolis (Ascondir) é responsável pelo gerenciamento do projeto junto com seus associados, arcando com todos os custos de operação, manutenção e pagamento das contas de energia elétrica”, frisa o diretor.

Projeto vitorioso

Ciente da importância do Platô de Neópolis para o Estado de Sergipe, sobretudo para a região do Baixo São Francisco, o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, comemora a relação estreita entre a companhia e o projeto. “Sei que poucas pessoas sabem da ligação entre a Cohidro e o Platô de Neópolis e sei também da importância desse projeto para a geração de emprego e renda e para o desenvolvimento agrícola da região. É notável a evolução sócio-econômica daquela região com a revitalização que o Platô propôs e promoveu. Apesar das críticas, considero o Platô um projeto vitorioso e tenho orgulho em dizer que a Cohidro também faz parte dessa história”, declara Bodano, parabenizando ao técnico Antônio Paulo Feitosa pelo trabalho realizado ao longo de 17 anos.