A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu sua estimativa para o crescimento da economia de 4,5% para 3,5%, em 2011. O governo projeta para este ano um crescimento de 5% do Produto Interno Bruto (PIB). A estimativa dos empresários industriais é menos da metade do PIB registrado em 2010, de 7,5%.
“O quadro mudou neste início do ano, com inflação mais alta e entrada forte de capital externo, entre outros fatores. Desta forma, esta pressão depende de uma resposta diferente da política fiscal para enfrentar o problema”, disse Flávio Castelo Branco, economista chefe da CNI.
A CNI estimou o crescimento do Produto Interno Bruto Industrial em 2,8% – abaixo dos 4,5% projetados em dezembro do ano passado. Em relação ao consumo das famílias, a confederação estima um recuo para 4,5% ante os 5,1% da estimativa anterior.
A formação bruta de capital fixo [taxa de investimentos] registrou um recuo nas projeções dos empresários industrias caindo de uma expectativa de 13,5% para 9%. No ano passado, houve um crescimento de 21,9% na formação bruta de capital fixo.
A taxa de desemprego projetada para 2011 foi mantida em 6% – queda de 0,7 ponto percentual ao registrado no ano passado.
Para a inflação, a CNI estima que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atinja 6% ao ano, ante os 5% projetados em dezembro de 2010. No ano passado, a inflação pelo mesmo índice ficou em 5,9%.
Já a taxa básica de juros é projetada em 12,5% ao ano – ante uma estimativa anterior de 12% ao ano e um registro de 10,75% ao ano em 2010. A taxa real de juros (descontada a inflação) foi estimada em 5,4%. A projeção anterior era de 6,3% e a taxa real, em 2010, foi de 4,6%.
Em relação às contas públicas, o déficit nominal em comparação ao Produto Interno Bruto (PIB) foi estimado em 3,05%. A projeção anterior era de 3,2%. Em 2010, o déficit nominal ficou em 2,55%.
Para o superávit primário, a perspectiva é que o resultado fique em 2,70% ante os 2,20% projetados anteriormente e os 2,80% registrados no ano passado. A estimativa para a Dívida Pública Líquida é menor (39,9% do PIB) do que nas projeções de dezembro, de 40,4% do Produto Interno Bruto (PIB) e do que foi registrado no ano passado, 40,2%. A taxa de câmbio deve ficar em R$ 1,63 ante os R$ 1,70 da projeção anterior e os R$ 1,76 do ano passado.
No setor externo, a balança deve registrar saldo de US$ 20 bilhões, resultado bem superior à projeção da CNI em dezembro, de US$ 4 bilhões. No ano passado, a balança registrou saldo de US$ 20,3 bilhões. O déficit em conta-corrente do Brasil foi estimado em US$ 57 bilhões, valor abaixo dos US$ 70 bilhões estimados pela CNI em dezembro. Em 2010, o déficit foi de US$ 47,5 bilhões.