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Política

CMA debaterá desmatamento e potencial socioeconômico da Caatinga

Pedido de audiência foi apresentado por Jaques Wagner (D), presidente da Comissão de Meio Ambiente

Em alusão ao Dia Nacional da Caatinga, celebrado em 28 de abril, a Comissão de Meio Ambiente (CMA) vai debater o potencial socioeconômico do bioma. O requerimento para audiência, do presidente do colegiado, senador Jaques Wagner (PT-BA), foi aprovado. A data da reunião ainda será agendada.

Serão convidados para o debate pesquisadores como a professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Márcia Vanusa da Silva, o coordenador regional do Projeto Rural Sustentável Caatinga, Fundação Araripe, Francisco Carneiro Barreto Campello, e representantes do Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores e Instituições Não Governamentais Alternativas – Caatinga.

Wagner argumenta que a Caatinga ocupa mais de 10% do território brasileiro e abriga cerca de 27 milhões de brasileiros, em 9 estados: Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, sul e leste do Piauí e uma pequena porção ao norte de Minas Gerais. O bioma alimenta e abastece milhares de famílias e tem potencial para geração de energias renováveis, na busca pela segurança hídrica por meio das experiências para captação e reuso de água no semiárido, além do viés para o ecoturismo, afirma o senador.

O parlamentar acrescenta que o desmatamento no bioma aumentou 405% em 2020 em relação a 2019, com mais de 60 mil hectares desflorestados. A Bahia, segundo ele, foi o estado onde houve maior perda, com 32.956 hectares desmatados. Esses são alguns pontos que merecem ser discutidos, “com vistas a trazer um novo olhar sobre a região”, que passe do foco na escassez à percepção da abundância do bioma, aponta o presidente da CMA.

Relatório climático
Na abertura da reunião da CMA desta quarta-feira, Jaques Wagner manifestou preocupação com o terceiro relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas, divulgado na segunda-feira (4). O documento afirma que, nos últimos dez anos, o mundo teve o maior crescimento de emissões de gases de efeito estufa: 59 bilhões de toneladas até 2019, 12% a mais que em 2010. Se houver continuidade, conforme o relatório, a Terra terá um aquecimento de 3,2ºC, mais do que o dobro do limite estabelecido no Acordo de Paris.

— Insisto que precisamos trabalhar na conscientização e para um posicionamento do governo sobre desmatamento e preservação das águas. Chamo a atenção para o fato de que a matéria é extremamente dramática, dura e mostra para onde estamos caminhando com essa insensatez na questão ambiental — alertou o parlamentar.