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Política

Cientista político cubano participa de sessão especial na ALE

Nesta sexta-feira, 13, data em que se comemora a abolição da escravatura, o plenário da Assembleia Legislativa ficou lotado para discutir a questão do preconceito racial, que ainda impera no Brasil. A sessão pública foi de autoria do deputado João Henrique Caldas (PTN), em parceria com a organização não governamental (ONG) Raízes de África. O objetivo do evento é propor estratégias na perspectiva de se fazer o debate das liberdades fundamentais, pós-abolição, dos grupos historicamente discriminados. O cientista político cubano, Carlos Moore e o embaixador de Cabo Verde no Brasil, Daniel Antonio Pereira, participaram do encontro.

O propositor da sessão, deputado João Henrique Caldas, destacou a importância de se debater o tema, uma vez que Alagoas é um estado marcado pela cultura afro. “Sempre que for necessário vamos trazer a essa Casa discussões em torno da cultura afro e do racismo no Brasil e em Alagoas”, disse o parlamentar, ressaltando que é entre a população negra que existe os piores índices sociais. “Temos que questionar, saber o que realmente está acontecendo. Não podemos cruzar os braços e levar essa discussão como se ela fosse simples. Ao contrário, ela é complexa, gera um certo tipo de polêmica, mas é necessária”, completou.

“A proposta é desmistificar essa África que ninguém conhece. Hoje é dia 13 de maio, considerado dia da abolição da escravatura, mas o movimento negro nacional não pensa assim. Negro no Brasil ainda sofre as grandes desigualdades sociais”, argumentou a coordenadora da ONG, Arísia Barros. Segundo ela, o movimento negro no Brasil considera o dia 13 de maio como o “Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo”.

De acordo com Arísia, a participação de Carlos Moore nos debates é de grande importância para a sociedade alagoana, uma vez que o mesmo é considerado um ícone na luta contra o racismo no mundo. “Carlos Moore, que é cubano, dissidente de Fidel (Castro), apostou em dizer: ‘sim, em Cuba tem racismo’. Ele se tornou referência internacional, trabalhou junto a Malcolm X (ativista negro) e traz essa proposta de fazer a ponte com a liberdade que Zumbi dos Palmares tanto lutou”, destacou Arísia Barros.