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Meio Ambiente

Ciência teme pelo futuro da floresta

'Mar' de árvores derrubadas no Pará em 2001, imagem que maioria dos brasileiros gostaria de deixar no passado

Os ruralistas adoram falar que têm a ciência do seu lado ao propor mudanças no Código Florestal – a saber, redução de áreas de preservação permanente (APPs), como mata nas margens de rios e topos de morro, e da reserva legal, quando não pregam seu fim. A verdade, contudo, está bem distante.

Os dois principais grupos representativos da classe científica no Brasil – a Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) – divulgaram uma carta conjunta repudiando o relatório apresentado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdo-B-SP), aprovado na semana passada pela comissão que tratou do tema na Câmara apesar da oposição de diversos setores da sociedade civil, inclusive as ONGs.

O presidente da SBPC, Marco Antonio Raupp, e da ABC, Jacob Palis, afirmam que a comunidade científica não foi de fato consultada no processo, ao contrário do que Aldo afirma, e que a proposta “foi pautada muito mais em interesses unilaterais de determinados setores econômicos”.

“Se os ruralistas de fato tivessem a preocupação em montar uma proposta séria de reforma do Código Florestal, deixariam de lado seus cientistas de aluguel e passariam a ouvir quem faz e entende mesmo de ciência no Brasil, representados por esses dois grupos, SBPC e ABC”, afirma Paulo Adario, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace.