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Alagoas

Ciência esportiva da Ufal está se tornando referência no país com projetos sociais

Projetos usam estrutura do Complexo Esportivo e laboratórios para aperfeiçoar pesquisas

No Complexo Esportivo da Ufal cabem muitos sonhos. Tem espaço para incentivo, superação, descobrir talentos e para revelar o tanto de oportunidades que a Universidade pode oferecer. Muitos dos sonhos já são realidade e já viraram referência, a exemplo do projeto Academia e Futebol, que promove o futebol feminino para crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos.

“Voltado exclusivamente para o público feminino, o projeto permite que os sonhos, desejos e vontades de meninas e jovens ganhem um formato. Frequentar o espaço universitário desde tenra idade, incute valores, cria hábitos e vivências que estarão presentes ao longo da vida”, descreveu a diretora do Instituto de Educação Física e Esporte, Leonéa Santiago.

Essas sementes estão sendo plantadas por meio de atividades de extensão e de equipes como a do Laboratório de Ciência Aplicada ao Esporte (Lacae), coordenado pelo professor Gustavo Gomes. Os pesquisadores do Lacae, sob a supervisão dos professores Pedro Balikian, Felipe Sousa e Thays Ataíde-Silva utilizam os métodos desde 2011 e, hoje, o carro-chefe das pesquisas está focado na ciência esportiva da mulher.

Exemplo para o Brasil

Em recente visita à Brasília, os professores e o reitor Josealdo Tonholo apresentaram os resultados parciais do projeto Academia e Futebol no Ministério da Cidadania. Bastante elogiado e com indicativo de apoio à continuidade, o projeto vai ser ponto de pauta num evento virtual organizado pelo Ministério, por meio do Programa Integra Brasil.

O convite é para abrir o Webinar Futebol e Mulher, no dia 22 de março e mostrar como o projeto tem transformado vidas e incentivado o esporte entre as mulheres. Até agora, 85 crianças e adolescentes foram atendidas e o projeto conseguiu detectar talentos esportivos para participar do esporte de alto rendimento. O Academia e Futebol teve destaque no Campeonato Alagoano de Futebol Feminino de 2021, desde a organização até a inserção de atletas jovens. E consagrou o CRB-Ufal campeão da temporada.

A Ufal abriu as portas para os treinos e para as seletivas, visando novos talentos. Aos poucos, os espaços do Complexo na Ufal vão sendo ocupados por meninas em vulnerabilidade social que se apegam às propostas do esporte como mudança de vida.

Apoio técnico com ciência

Para ter resultados na prática, o Lacae aplica métodos de avaliação e prescrição do treinamento esportivo em atletas em formação, especialmente a mulher, por meio de métodos multidisciplinares envolvendo a Inteligência Artificial, Análise de Imagem, Metabolômica e Avaliação Física.

De acordo com os objetivos do Laboratório, os pesquisadores investigam os efeitos fisiológicos, metabólicos, moleculares e de desempenho físico em intervenções de estresse físico crônico ou agudo com ou sem intervenção nutricional.

“Atualmente, o Lacae vem unindo a pesquisa e a extensão com muita ênfase, resultando em atendimento à população vulnerável, à mulher e à comunidade interna da Universidade por meio do esporte educacional e metodologias científicas interconectadas com vistas ao desenvolvimento integral qualificado do cidadão e cientifico-acadêmico. O atendimento à comunidade e o desenvolvimento da pesquisa [também] torna-se possível pela amplitude e qualidade do complexo esportivo com equipamentos de prática e laboratórios certificados e completos”, relataram os pesquisadores.

Além da estrutura física, os bolsistas e voluntários dos projetos participam de grupos de pesquisa e as atividades agregam não somente o Iefe como outros institutos da Ufal, a exemplo de Química e Biotecnologia (IQB), Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS), Matemática (IM), Computação (IC) e a Faculdade de Nutrição (Fanut).

O Iefe também está engajado no projeto universal intitulado Metabolomica, Desempenho Esportivo e Futebol Feminino, e conseguiu financiamento do CNPq para investir R$ 142 mil. Os recursos captados em todos os projetos são investimentos em ciência e ações sociais.

Esporte e serviço

O Instituto de Educação Física e Esporte é responsável pela maior área da Universidade. São 47 mil metros quadrados que unem os pilares do ensino, da pesquisa e da extensão. Os esforços para ensinar e formar passam também pelo processo de descobrir.

“Os diferentes projetos e programas se articulam e coexistem para assegurar a formação profissional dos alunos. E ao abrir as portas do Iefe para orientação/prescrição das atividades físicas e esportivas para a comunidade, são criadas indagações e perguntas, hipóteses são levantadas, a fim de compreender o movimento das atividades físicas e esportivas como um fenômeno social”, destacou Leonéa Santiago.

A extensão e a pesquisa nas áreas do Complexo possui um conjunto de ações inclusivas com projeção do Laboratório de Ciência Aplicada ao Esporte. “O Lacae vem se tornando referência nacional, visto os resultados e recursos captados pelos projetos Fábrica Coletiva de Talentos, Esportes sem Fronteiras, Segundo Tempo e Academia&Futebol”, finalizou o professor Gustavo, lembrando que as oportunidades são muitas e que a dedicação está fazendo o Iefe crescer em altos níveis.