A China aceitou Alagoas e Bahia como zonas livres do mofo azul, praga que pode atingir as plantações de fumo. Com a medida, os dois Estados poderão exportar o produto para o mercado chinês. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (31) pelo representante do Departamento de Sanidade Vegetal (DSV) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Cosan Coutinho, ao superintendente do Mapa em Alagoas, João Batista.
A partir de agora, segundo Batista, haverá o encaminhamento de questões burocráticas pelo Mapa até que o fumo produzido em Alagoas possa ser exportado. “Essa aceitação da China é resultado de uma missão enviada pelo governo chinês a Alagoas e Bahia, no primeiro semestre desse ano”, ressaltou.
A missão teve como objetivo avaliar as condições de produção do fumo em Alagoas, especialmente na Região Agreste, que tem uma tradição de décadas na produção de tabaco.
Semanas antes da chegada da missão, no mês de maio, o secretário do Mapa, Célio Brovino Porto, que participava de um seminário em Maceió, informou que apenas o Rio Grande do Sul vendia fumo para a China, mas que havia o interesse de classificar Estados do Nordeste.
“Alagoas já tem uma produção diversificada, mas suas exportações ainda se concentram nos derivados da cana-de-açúcar. Precisamos estar preparados para o mercado internacional”, destacou o secretário de Estado da Agricultura, Jorge Dantas.
Segundo o superintendente de Desenvolvimento Agropecuário da Seagri, Hibernon Cavalcante, Alagoas nunca registrou nenhum caso dessa praga nas plantações de fumo. “Atualmente, o Estado produz em torno de 10 mil toneladas de fumo por ano, e isso representa apenas um terço do que se produzia 15 anos atrás. Parte das plantações de fumo no entorno de Arapiraca foi substituída pela cana-de-açúcar”, destacou Hibernon Cavalcante.
“Alagoas já exportou fumo para os Estados Unidos e para a União Europeia”, lembrou. De acordo com ele, a variedade de fumo mais cultivada na Região Agreste é o fumo escuro, mas o Estado já tem condições de produzir o fumo claro, que também é bastante valorizado no mercado internacional.