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Esporte

Chapecoense dá mostras de uma história competente e vitoriosa

Dão conquistou o terceiro acesso na carreira

Durante o ano de 2009, quando a Chapecoense foi jogar contra o Macaé, no Maracanã, pela semifinal da Série D, numa preliminar do Fla-Flu, os torcedores do Rio de Janeiro perguntaram para o advogado chapecoense Marcelo Zolet: “Quem são esses verdes?”. Afinal, ninguém conhecia a equipe catarinense. Até então, o time tinha disputado os Brasileiros de 1978 e 1979, mas não passou da primeira fase mesmo com 60 a 70 times no torneio. Em 2008, foi até à segunda fase da Copa do Brasil.

Decorridos quase cinco anos daquele episódio, todos os desportistas brasileiros já conhecem a Chapecoense. Graças a uma sucessão de títulos e acessos conquistados, o clube catarinense saiu daquela série D e irá disputar o Campeonato Brasileiro da série A em 2014. Ou seja, estará na elite do futebol pentacampeão mundial.

Com seriedade e organização, deixou de ser um time que brigava para não cair para a Segundona no Catarinense, passando a ser um dos que mais cresce no país. É a instituição que saiu da beira da falência para ser exemplo de de gestão e planejamento para o futebol brasileiro.

Depois do acesso para a série C, em 2010, o acesso para a Série B não veio porque faltou um gol contra o Ituiutaba (atual Boa Esporte). Em 2011, faltou vencer uma do Ipatinga. Em 2012, não faltou nada.

Para a Série B, o técnico Gilmar Dal Pozzo, o preparador físico Anderson Paixão e um uma diretoria, capitaneada por Sandro Pallaoro, montaram “um time de verdes, às vezes brancos” que surpreendeu o Brasil.

Um time que já largou aplicando 4 a 1 no Boa, em Minas Gerais. Um time que amassou o Oeste no jogo de Erechim, mas não saiu do zero a zero. Um time que levava gol aos 44 minutos, como no jogo contra o Paysandu, mas que aos 47 desempatava com Bruno Rangel. O artilheiro da Série B, aliás, fez gol de tudo que é jeito. Até parado, como quando Nenén chutou uma bola na trave e ela bateu na cabeça de Rangel e foi para o gol.

Com a sequência de vitórias, o torcedor passou a ficar exigente e mesmo com o time na vice-liderança, vaiou uma série de seis empates seguidos. Na igualdade contra o Bragantino, no sábado, a equipe garantiu matematicamente o acesso e o vice-campeonato da competição. E a festa tomou conta da cidade.

Destaque do sistema defensivo do Verdão, o penedense Dão alcançou mais um acesso na sua vitoriosa carreira. O garoto humilde, dedicado, bom caráter e excelente profissional, sofreu uma contusão ao longo da competição, teve a sua ida para o Vitória-BA negada pelos dirigentes, mas mesmo assim, deu a volta por cima, assegurando o passaporte da Chapecoense para a primeira divisão do futebol brasileiro na próxima temporada.

As festas em Chapecó estão cada vez mais comuns. O Brasil agora sabe quem é a Chapecoense.