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Maceió

Centro realiza pesquisa sobre alimentação hospitalar

O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) de Maceió desenvolveu, no período de outubro de 2015 a novembro de 2016, o Projeto Intoxicação Exógena, proveniente da alimentação servida em refeitórios de hospitais públicos de Maceió: avaliação de riscos e intervenção em saúde do trabalhador. O projeto foi desenvolvido em quatro Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN) dos cinco hospitais públicos da cidade.

A iniciativa buscou minimizar o agravo intoxicação exógena, definido como uma série de sinais e sintomas produzidos quando a pessoa ingere ou entra em contato com alguma substância considerada tóxica, incluindo, nesse contexto, alimentos e bebidas. O projeto foi executado pela nutricionista Taciana Rebelo e pelo terapeuta ocupacional Alinthon Nunes, profissionais que atuam no Cerest.

De acordo com Taciana, todas as UANs dos hospitais visitados apresentaram um percentual de inadequações bastante elevado. “Foi verificado um alto risco de contaminação alimentar, principalmente com relação aos riscos biológicos. Fato importante, uma vez que compromete a sanidade dos alimentos e, consequentemente, coloca os trabalhadores usuários desse serviço em risco de adoecimento”, afirmou.

Os profissionais do Cerest destacam ainda que foram encontradas irregularidades em vários aspectos, desde a infraestrutura das UANs aos procedimentos realizados durante a preparação das refeições, que ferem as normas de boas práticas na manipulação de alimentos.

Segundo a avaliação do terapeuta ocupacional do Cerest, as UANs necessitam de correções vinculadas à disposição de equipamentos e materiais que possam atender as necessidades típicas no ambiente de trabalho. “Mudanças envolvendo os postos de trabalho são necessárias, a fim de melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores. Outro ponto importante é a qualificação dos funcionários, pois observamos que a falta de informação causa riscos ergonômicos associados a posturas inadequadas, movimentos repetitivos que podem levar o trabalhador a ser acometido por LER/Dort e o consequente afastamento do trabalho”, explicou.

A pesquisa concluiu ainda que medidas voltadas à educação permanente com relação à manipulação dos alimentos e à ergonomia são necessárias a fim de afastar tais riscos e a melhorar as condições no ambiente laboral.