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Sergipe

Centro Estadual de Investigação Toxicológica já atendeu 1983 pacientes

Médica e toxicologista, Júlia Cardoso

Dados estatísticos referentes aos últimos oito meses (janeiro a agosto) registraram 1.983 atendimentos no Centro de Informação e Investigação Toxicológica (Ciatox), localizado no Hospital de Urgências de Sergipe (Huse). Do total de registros, 1.352 foram casos de intoxicação por abuso de álcool e outras drogas, 297 por medicamentos, 627 por picadas de animais peçonhentos e 122 por ingestão de alimentos. Além destes, 46 foram por uso de agrotóxicos agrícolas e 10 por uso doméstico.

A unidade é referência em Sergipe no atendimento e na informação sobre prevenção, diagnóstico e tratamento de pessoas vítimas de intoxicação por produtos tóxicos, animais peçonhentos (cobras, aranhas, escorpiões), plantas venenosas, entre outros.

Por se tratar de um serviço de vigilância em saúde, o Ciatox faz parte da Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Renaciat), coordenada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A Renaciat é uma rede formada por 35 unidades em 18 Estados e o Distrito Federal.

As pessoas que sofrem uma intoxicação ou envenenamento ainda têm dúvidas sobre qual a diferença entre ambos. A intoxicação é uma manifestação clínica causada pela interação com substâncias clínicas. Já o envenenamento é causado por toxinas naturais de plantas e animais peçonhentos. Mas, quando uma vitima chega as dependencias do Huse, o tratamento é realizado pelo Ciatox.

O serviço disponibilizado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) funciona com uma equipe multidisciplinar de médicos, farmacêuticos, médicos veterinários, enfermeiros e técnicos de enfermagem. O Ciatox oferece respaldo técnico às equipes que atuam nos pronto-socorros de hospitais da rede pública e privada no que diz respeito às intoxicações.

De acordo com o farmacêutico coordenador do Ciatox, Antônio Medeiros Venâncio, várias causas por intoxicação continuam chegando ao hospital e faz um alerta aos pais.

“As principais continuam sendo em primeiro lugar por abuso de álcool e outras drogas, seguido de intoxicação por animais peçonhentos como cobra, aranha e escorpião. Em terceiro lugar está a intoxicação por medicamentos. Fazemos uma alerta também aos pais quanto aos cuidados com as crianças e os produtos de limpeza acondicionados em frascos de refrigerantes e medicações parecendo balas. Vale a pena redobrar os cuidados em casa”, explicou Antônio Medeiros.

Orientação

A coordenação do Ciatox faz uma orientação para as pessoas que forem vitimas de uma intoxicação ou suspeita dela. O contato é gratuito e deve ser imediato pelo telefone 0800-722-6001 e encaminhar o paciente para o Huse. Além do 0800, o Centro disponibiliza os telefones (79) 3259-3645 e (79) 3216-2677. Um serviço de atendimento para a população, com médicos e profissionais de saúde, 24 horas por dia.

A médica e toxicologista, Júlia Cardoso, destaca que a precisão no diagnóstico é fundamental para um resultado bem sucedido.

“Vale lembrar que algumas dicas são importantes para que o tratamento seja eficiente, por isso, se a intoxicação for medicamentosa que o paciente leve a bula do remédio que tomou. Se a vitima foi picada por animais peçonhentos, o ideal é que o animal seja capturado e levado em um frasco para que o médico veja qual o procedimento adequado com a vítima. Isso ajuda na precisão do diagnóstico. Tudo isso otimiza o atendimento e ajuda para um resultado eficaz”, informou a médica.