O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) possui programas permanentes de controle de pragas. Um desses programas é de combate ao inseto transmissor da Doença de Chagas, popularmente conhecido como barbeiro.
As ações do CCZ se desenvolvem com base em denúncias da população, que indica possíveis locais que possam ser focos do inseto transmissor. A equipe volante vai até o local e realiza os procedimentos necessários para localizar o ninho e fazer o controle químico com a borrifação com inseticidas de uso exclusivo de órgãos competentes, fornecidos pelo Ministério da Saúde (MS). O veneno não é tóxico para os seres humanos e permanece até quatro meses no local após a sua aplicação.
O Centro, além de fazer o controle da praga, trata dos indivíduos que foram picados pelo inseto, realizando uma coleta de sangue para análise em laboratório e notificando a Vigilância Epidemiológica da SMS sobre o surgimento de novos casos.
De acordo com Carlos Fernando Santos, coordenador de Entomologia do CCZ, se o indivíduo foi picado a menos de 30 dias, é colhida uma gota de sangue do dedo, já que nesse período, ainda é possível ver o protozoário por microscópio. Já se a infecção tiver mais de um mês, essa coleta é intravenosa, pois os protozoários não estarão mais no sangue, se alojando em órgãos.
Os locais de maior ocorrência de denúncias são o Jacintinho e Vergel do Lago, mas ainda segundo Carlos Fernando, o barbeiro que é encontrado em Maceió não transmite a Doença de Chagas. “A maioria dos casos que lidamos diariamente é de pessoas que são infectadas em outros lugares, principalmente no interior do Estado e que vem para Maceió depois. Apenas uma das espécies que encontramos aqui em Maceió era transmissora, mas mesmo assim é importante que a população notifique qualquer suspeita”, afirmou.
A Doença de Chagas
A Doença de Chagas, conhecida como Mal de Chagas, é uma infecção causada pelo protozoárioTrypanossoma cruzi e é transmitida pelos barbeiros. Os sintomas da Doença de Chagas podem variar durante o curso da infecção. Nos primeiros anos, na fase aguda, os sintomas são lentos, sendo caracterizado por inchaço nos locais de infecção. À medida que a doença progride, durante até 50 anos, os sintomas tornam-se crônicos, tais como insuficiência cardíaca e desordens do sistema digestivo. Se não tratada, a doença é muitas vezes fatal.
Os tratamentos medicamentosos atuais para esta doença são pouco satisfatórios, pois apresentam efeitos colaterais significativos e são, muitas vezes, ineficazes, em especial na fase crônica da doença. Pacientes em estado grave são muitas vezes encaminhados ao transplante cardíaco e não há cura para a doença.