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Alagoas

Casos de meningite caem 30% nos últimos dois anos

Alagoas reduziu em 30% os casos de meningite nos últimos dois anos, caindo de 191 notificações de todas as formas da doença, em 2007, para 131 este ano. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), que aponta a detecção precoce dos casos pelo município e o encaminhamento ao Hospital Escola Hélvio Auto em tempo hábil como fatores determinantes para evitar as sequelas e óbitos.

O cumprimento do calendário vacinal nas crianças menores de um ano também contribui para a diminuição dos casos de meningite por haemophilus (uma das formas da doença). As três doses da vacina devem ser administradas no segundo, quarto e sexto mês de vida e estão disponíveis nos postos de saúde.

“É de extrema importância o alcance das metas da cobertura vacinal no Estado, preconizadas pelo Ministério da Saúde, pois desta forma o controle e a erradicação da ocorrência de casos de doenças imunopreveníveis podem ser conquistados”, alertou a enfermeira Mônica Cabral, técnica responsável pelo Controle e Vigilância Epidemiológica das Meningites no Estado.

Em 2007, o Estado registrou 26 óbitos por meningite; este ano, o número caiu para 14. Segundo Mônica Cabral, a assistência médica ao paciente e a qualidade desse atendimento reduzem a letalidade da doença. “O guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde preconiza que a faixa etária mais atingida é a de menores de cinco anos. Em Alagoas, a faixa etária mais atingida, no período de 2004 a 2009, foi de 5 a 14 anos, com um aumento desta incidência no ano de 2005”, informou.

Controle – A vigilância epidemiológica e o controle da doença são realizados pela área técnica das meningites no Estado e nos municípios, em parceria com o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs), Hospital Escola Hélvio Auto e o Laboratório Central de Alagoas (Lacen).

O Núcleo de Vigilância e Controle das Doenças Imunopreveníveis vem desenvolvendo junto aos municípios capacitações, seminários e supervisões periódicas com a finalidade de sensibilizar os profissionais a desenvolverem ações para implementação da vigilância epidemiológica dos agravos.

Sintomas — A meningite é uma infecção das meninges, membranas que envolvem o cérebro, e pode ser causadas por agentes infecciosos como vírus, bactérias, fungos, protozoários ou não-infecciosos, como traumatismos. A pessoa acometida com a doença apresenta sintomas como febre, náuseas, dor de cabeça intensa, vômitos, sinais de irritação e confusão mental.

Em geral, a transmissão ocorre de pessoa a pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções de nasofaringe, havendo necessidade de contato íntimo (residentes na mesma casa, colegas de dormitório ou alojamento) ou contato direto com as secreções respiratórias do paciente.

“O uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) pelos profissionais que vão manusear a pessoa com suspeita de meningite é fundamental, pois se usados de forma adequada garantem a proteção quanto ao risco de contaminação. Precisamos lembrar que não é indicado para os profissionais de saúde a quimioprofilaxia, exceto se a situação se enquadrar na definição quanto às formas de transmissão”, recomendou a enfermeira Mônica Cabral.

O tratamento das meningites agudas é considerado uma emergência, principalmente se a suspeita for por agente bacteriano. Deve ser iniciado o mais rápido possível e com antibióticos administrados por via endovenosa.