×

Cultura

Carnavalesco da Gaviões da Pajuçara transforma sonhos em alegorias

Doda fala das dificuldades e alegrias do carnaval

O carnavalesco Josuel Santos da Silva, o Doda, aprendeu a arte de fazer carnaval como ajudante em diversas escolas de samba. Após aprofundar conhecimentos e adquirir experiências, Doda é hoje o responsável em transformar sonhos em alegorias da escola de samba Gaviões da Pajuçara. Foi no ano de 2000, quando a Gaviões tinha acabado de ser criada, que o carnavalesco entrou para a agremiação.

No período que antecede o Carnaval, a rotina da equipe de Doda é intensa: os trabalhos começam às 8h e se estendem até o sol raiar. São cerca de vinte pessoas, entre serralheiros, costureiras, marceneiros e decoradores. “Faz vinte dias que estamos trabalhando pesado. Esse foi um ano diferente, a escola geralmente começa a trabalhar quatro meses antes do Carnaval. O segredo é gostar muito do que faz. Sempre digo a comissão de carnavalescos: aprendam comigo e aproveitem a oportunidade”, diz o carnavalesco.

Doda explica que tudo começa com a escolha do homenageado. “Preparamos os projetos de fantasias, alegorias. Na hora da samba enredo, visitamos a pessoa que vai receber a homenagem. Este ano vamos mostrar a linda história de vida de Mãe Neide Oyá D’Oxum”, conta.

Além do trabalho na Gaviões da Pajuçara, Doda trabalha com decoração de vitrines. No entanto, é no Carnaval e também no São João, que é possível conhecer o dom artístico de Doda. “Danço na quadrilha Luar do Sertão e também faço arranjos de cabeça para as dançarinas e as coreografias. Quando termina as festas juninas, já começo a pensar no Carnaval”, explica.

Como nem tudo é festa, Doda conta que já passou por momentos difíceis, mas a paixão pelo Carnaval sempre fala mais alto. “Meu amor pelo Carnaval é tão grande, que mesmo enfrentando alguns problemas pessoais, não consigo sair. Teve um ano que perdi minha irmã pouco tempo antes de começar o desfile da escola. Ela sofria de hipertensão e teve uma crise. Só me contaram depois do desfile. Minha irmã estava muito feliz e isso é que importa”, relembra.

Segundo Josuel Santos da Silva, falta mais entusiasmo dos dirigentes. “Quando era criança, o público esperava o desfile das escolas até a madrugada. É preciso vestir a camisa da escola e assumir o compromisso de fazer o Carnaval”, fala.

Apesar da falta de ânimo de alguns, nos ensaios da Gaviões da Pajuçara, a rua fica cheia de gente, todos se reúnem para prestigiar a escola. “Isso nos entusiasma muito. No dia do desfile, em cada fantasia, em cada alegoria, é possível enxergar as mãos da gente. É isso que nos move”.

Para o ano de 2013, a escola promete surpresas. Serão 600 passistas, 16 alas e três carros alegóricos na avenida.