
A animação para o carnaval já toma conta das ruas por todo país, e com as festas carnavalescas se aproximando, vem também a preocupação com a saúde auditiva. Trios elétricos, ruas abarrotadas de pessoas, batuques e músicas ensurdecedoras são muito comuns nessa época do ano, e as consequências disso são estatísticas cada vez mais elevadas de pessoas que apresentam problemas auditivos.
A audição é um dos sentidos que torna possível a interação do indivíduo com seus semelhantes e com o ambiente em que está inserido, por isso, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), faz um alerta sobre os danos causados pelo volume alto e o excesso de exposição a ele no Carnaval.
De acordo com dados da ABORL-CCF, exposições acima de 85 decibéis podem acarretar lesões sérias ao ouvido, muitas vezes irreversíveis, levando à perda da audição. Os sintomas são diversos, variando desde sensação de pressão nos ouvidos até zumbidos e dificuldade para ouvir. Além disso, o ruído fora de controle constitui um dos agentes mais nocivos à saúde humana, causando além da perda da audição, distúrbios do labirinto, ansiedade, nervosismo, hipertensão arterial, gastrites, úlceras e impotência sexual.
O limite máximo permitido, inclusive na legislação brasileira, de exposição a sons é de 85 decibéis. A partir daí, há risco de perda auditiva, que também vai depender da intensidade do som (volume), tempo de exposição e a sensibilidade individual.
“A exposição a ruídos de grande intensidade provoca lesões no órgão sensorial de Corti, presente no ouvido interno e responsável pela percepção auditiva. Após exposições a sons intensos, mesmos por pequenos períodos, já notamos uma perda auditiva, no início reversível, e zumbido. No carnaval, as festas e trios elétricos atingem intensidades maiores que 110 decibéis (dBNA) por tempo prolongado, podendo causar lesões irreversíveis nos órgãos sensoriais e conseqüente perda auditiva e zumbido persistente”, alerta o otorrinolaringologista Dr. Celso Becker, da ABORL-CCF.