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Cultura

Cardume: um mergulho na distribuição de curtas brasileiros

“A arte não existe sem o público.” Com essa reflexão, a roda de conversa “Distribuição de Curtas-metragens: Estratégias e Desafios” integrou a programação do terceiro dia do Circuito Penedo de Cinema. O encontro foi conduzido por Daniel Jaber e Luciana Damasceno, fundadores do portal Cardume, dedicado à exibição de filmes brasileiros de curta e média-metragem, e abordou os caminhos possíveis para a circulação dessas produções.

Durante o encontro, foram abordados temas como os conceitos básicos da distribuição, as aspirações de cada produção e público, as estratégias para festivais, as janelas de exibição após esses eventos e as burocracias envolvidas na circulação e licenciamento dos filmes. Cada tópico abriu novas possibilidades para fazer os curtas chegarem ao público.

Segundo Daniel Jaber, cofundador da Cardume, o propósito da plataforma é ampliar o alcance dos curtas-metragens brasileiros. “Pensamos nesse espaço para que esses filmes cheguem ao maior número de pessoas possível e ofereçam aos produtores não apenas retorno financeiro, mas também o prestígio de ver suas obras alcançando novos públicos.”

Estratégias de distribuição

Daniel também compartilhou as estratégias utilizadas pela plataforma: Ações digitais para atrair público ao streaming e iniciativas que promovem a circulação dos curtas em outras janelas, tanto físicas quanto online.

Um dos destaques da roda foi o projeto Cine Cardume Rodoviária, que exibe curtas brasileiros na rodoviária de Belo Horizonte. “O projeto foi criado justamente para oferecer às pessoas que passam por ali um momento de entretenimento e contato com o cinema nacional. Em muitas cidades do interior, não há salas de cinema, e, quando há, raramente exibem filmes independentes”, explicou Daniel.

Com sessões fixas às sextas-feiras, o projeto alcançou quase sete mil espectadores. A iniciativa rompeu a bolha do público especializado e levou o cinema brasileiro a pessoas que, muitas vezes, tiveram ali seu primeiro contato com produções nacionais. “Recebemos avaliações muito positivas. Foi gratificante perceber o impacto e a importância desse projeto”, concluiu Daniel.

Retorno do público

A fundadora da Cardume, Luciana Damasceno celebrou o retorno positivo do público e ressaltou a importância de dar visibilidade às produções independentes. “Acredito que existe uma fagulha no público brasileiro. Mesmo com pouco incentivo ao setor, quando levamos esse material, percebemos o interesse das pessoas em se tornarem assinantes e consumidores do cinema nacional”, afirmou.

Para Luciana, a arte, por meio do cinema, tem o poder de atravessar a sociedade e provocar transformações, mesmo que pequenas. “As mudanças podem acontecer quando você chora ou sorri com um filme. A arte é uma forma de comunicação, e só existe comunicação quando há alguém do outro lado. Por isso, a participação do público é essencial”, encerrou.

Ela compara ainda os curtas-metragens a um cardume, “a Cardume nasceu como um coletivo, porque o cinema é uma arte coletiva. Nós entendemos que assim como os cardumes são formados por peixes pequenos que se unem para atravessar o mar, os curtas também se juntam para nadar o mais longe possível.”

Um ano de hospedagem monetizada

A Cardume está presente na 15ª edição do Circuito Penedo de Cinema como uma das empresas apoiadoras. Dentro de sua visão e missão de incentivar e fomentar a produção de curtas-metragens brasileiros, a empresa vai premiar um dos vencedores do Circuito com um contrato de licenciamento exclusivo, válido por um ano, no valor de R$ 3 mil.

Por meio da plataforma de streaming Cardume, os realizadores de curtas-metragens terão a oportunidade de ampliar o alcance de suas obras, que poderão ser vistas por mais pessoas e monetizadas a cada novo clique.

Assessoria