Nesta segunda-feira (06), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio da Coordenação de Saúde Mental, realizou uma série de atividades alusivas ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado no dia 02 de abril. As ações aconteceram no Centro de Atendimento Psicossocial (Capsi) Luiz da Rocha Cerqueira, localizado na Serraria. O momento contou com a realização de oficinas com crianças e adolescentes e palestra direcionada às mães dos usuários atendidos.
A palestra “Cuidado de enfermagem no domicílio à criança com espectro do autismo através do Social Stories fundamentado na teoria de Dorothea Orem” foi ministrada por Patrícia Rodrigues, enfermeira mestranda da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que apresentou o resultado de sua pesquisa que buscou identificar as limitações enfrentadas pela criança autista na realização de atividades diárias e como pode ser feita uma intervenção para estimular sua autonomia.
De acordo com a enfermeira Patrícia Rodrigues, o diagnóstico da doença é clínico e inclui alguns traços que devem ser observados. “Crianças com dificuldade de contato visual, dificuldade de percepção das outras pessoas, distúrbios de linguagem, dificuldade de concentração e, em alguns casos a falta de coordenação motora, são sinais de alerta para que os pais procurem ajuda profissional o mais rápido possível, pois quanto mais cedo se descobre, melhor”, explicou.
“O autismo não tem cura, mas tem tratamento, que é feito com fonoaudiólogos, psicólogos e psiquiatras que ajudam a estimular a independência da criança na realização de atividades diárias como higienizar-se, socializar e conseguir comunicar seus desejos e necessidades. Os pais também tem que ficar atentos às habilidades e potencialidades da criança e estimulá-las. Alguns tem habilidade com matemática, artes e tanto o profissional quanto a família deve estar atento a isso”, pontuou Patrícia Rodrigues, enfermeira e mestranda da Ufal.
Social stories, técnica descrita pela enfermeira Patrícia Rodrigues, é uma ferramenta para o ensino de habilidades sociais para crianças com autismo e deficiência relacionados. A situação é descrita por meio de frases curtas e figuras onde são dadas pistas sobre os eventos e reações que se espera deles e o porquê. O objetivo é aumentar a compreensão do indivíduo, tanto em relação a atividades diárias como escovar os dentes e comer, quanto com as emoções e comportamento esperados em determinada situação.
Para a psicóloga do Capsi Luiz da Rocha Cerqueira, Mariana Assunção, é muito importante o engajamento da família nesse processo. “Nós fazemos o trabalho no Capsi, mas os pais que ficam com a criança a maior parte do tempo, então é preciso essa parceria, engajamento que com certeza vai ajudar mais e mais essas crianças a serem independentes”, finalizou.