O diretor do Departamento de Café do Ministério da Agricultura, Robério Oliveira Silva, disse hoje que o produto brasileiro passa por um processo de consulta para ter sua negociação feita também na Bolsa de Nova York.
“A discussão em torno da entrada do café arábica cereja descascado, mais fino [na Bolsa de Nova York] se dá há uns dez anos. Agora, no entanto, houve interesse do comitê da Bolsa de Nova York, que percebe que o Brasil tem participação importante nesse mercado”, afirmou Silva durante a apresentação da estimativa de safra do produto, de 47 milhões de sacas de 60 quilos.
A queda da produção na Colômbia e na América Central, concorrentes do Brasil no mercado de café, está levando ao aumento da procura do produto brasileiro pelos importadores. Para o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, essa é uma oportunidade que o país deve aproveitar agora, que terá a maior safra de café dos últimos dez anos.
“Colher uma safra de ciclo alto num momento em que o mercado internacional se ressente da falta de bons cafés arábicas é uma oportunidade para ocupar maior espaço nos blends [produtos que resultam da composição de diferentes tipos de café]”, afirmou o ministro.
Segundo Rossi, o governo será capaz de apoiar toda a comercialização de café. Na próxima semana, representantes de toda a cadeia produtiva se reúnem para elaborar um conjunto de ações a serem implementadas. Entre as medidas avaliadas, está o apoio à comercialização de até 5 milhões de sacas de café, por meio de leilões para formação de estoque ou contratos de opção de venda.