Segundo o delegado seccional de São Bernardo, Waldomiro Bueno Filho, o menor contou que chegou a ser convidado para o roubo, mas não pôde ir – o motivo não foi esclarecido. Também afirmou que um dos suspeitos ligou para ele depois do assassinato contanto. “O colega telefonou dizendo que tinha dado m.”, afirmou o delegado. A mãe de Araújo foi identificada pela PM na noite de quinta e reconheceu o filho em imagens de uma câmera de segurança mostradas na delegacia. Ela foi encontrada porque seu carro, um Audi preto, foi usado na ação pelos bandidos.
A dentista Cinthya morreu após ser queimada viva dentro de seu consultório, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, na tarde dessa quinta-feira, 25.
De acordo com as investigações, ao menos três homens participaram do crime. Segundo o delegado seccional de São Bernardo, Waldomiro Bueno Filho, a polícia acredita que um quarto bandido aguardava na frente do consultório, dentro de um Audi preto. Ele desconfia que uma quadrilha especializada em assaltos a consultórios esteja agindo na região. “Temos investigações em andamento, já temos imagens de um dos bandidos e em pouco espaço de tempo vamos tirá-los de circulação”, afirmou.
Relembre o caso
Os criminosos invadiram a clínica odontológica a Cinthya e dois deles roubaram-lhe o cartão de crédito para fazer um saque em um caixa eletrônico. Após constatarem que a dentista só tinha R$ 30 na conta, eles retornaram ao consultório, atearam fogo na vítima e fugiram.
Cinthya atendia uma paciente – cujo nome não foi divulgado – quando os criminosos apertaram a campainha. Um dos bandidos disse que precisava de atendimento odontológico e a dentista abriu o portão, momento em que mais dois criminosos invadiram a casa. A paciente ficou com os olhos vendados durante todo o assalto e teve a bolsa, o celular e dinheiro roubados. Segundo o delegado seccional, a paciente – que não ficou ferida – conseguia ouvir a dentista gritando “não faz isso” e pedindo socorro. “Ela tentou apagar o fogo quando os bandidos fugiram, mas não foi possível. A dentista morreu em menos de três minutos.”
O consultório de Cinthya funcionava nos fundos de sua casa. Ela morava com os pais e uma irmã, que tem deficiência mental. O pai dela, Viriato Gomes de Souza, de 70 anos, afirmou que ela não costumava ficar sozinha em casa no horário do almoço. “Ela ia buscar a irmã na escola, mas, como tinha uma paciente, eu fui com a minha mulher.” Quando o pai chegou à rua, viu a movimentação na frente de casa. Foi avisado pelos vizinhos da morte da filha. “Quis entrar, tentei reanimá-la, mas já não dava para fazer nada.”
Viriato diz não saber o motivo de tamanha brutalidade. “Ela era uma pessoa boa, sem inimigos. Agora, a gente não sabe o que vai fazer da vida, se continuará morando lá. Espero que ninguém precise passar pela dor que estou passando.”
