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Política

Brasília: há 50 anos, o sonho virou realidade

Há 50 anos, o então presidente da República, Juscelino Kubitschek, inaugurou a nova Capital do País: Brasília, cuja construção e início de funcionamento levou euforia e toda uma onda de otimismo ao Brasil. Os festejos começaram no dia 20 de abril de 1960 e só se encerraram no dia 22, quatro anos depois do começo da construção.

A história de Brasília, entretanto, não se resume somente à este cinquentenário. Ela começou bem antes, ainda na época do Brasil Colônia. Ainda no século XVIII, durante o governo português do Marquês de Pombal, pela primeira vez cogitou-se levar a Capital para o interior. Naquela época, o Rio de Janeiro era a Capital e, por motivos estratégicos – em caso de guerra, o Rio seria facilmente bombardeado, por se encontrar no litoral, por exemplo – a idéia foi pensada. A primeira vez que surge o nome “Brasília”, foi em 1822, época da Independência, e que novamente se cogita a idéia de criar uma nova capital. Esta deveria ser nova, isenta do passado português, que o Brasil tentava se livrar. Em 1808, o almirante inglês Sidney Smith mostra estes pontos estratégicos ao rei português Dom João VI, que transfere a corte de seu país para cá naquele mesmo ano.

A primeira tentativa de fato de construir a Capital no interior se deu com a Constituição de 1891, quando se definiu que ela deveria ser erguida no meio do planalto central. O artigo 3º da Carta Constitucional, diz o seguinte: “Fica pertencendo à União, no planalto central da República, uma zona de 14.400 quilômetros quadrados, que será oportunamente demarcada para nela estabelecer-se a futura Capital federal”.

No ano seguinte, uma expedição chefiada por Luís Cruls vai ao planalto para identificar a localiação exata da nova capital. São coletados dados geológicos, ambientais e outros, que baseiam a decisão de fixar o chamado Retângulo Cruls, uma área indicada de 90x160km, onde deveria ser instalada a Capital. Entretanto, durante os governos seguintes e principalmente durante o Estado Novo, de Getúlio Vargas, de 1937 a 45, a idéia ganhou poucos adeptos e quase naufragou. Enquanto isso, o Retângulo Cruls, só esperava.

Com a eleição de Juscelino Kubitschek, em 1955, começam os planos efetivos de erguer Brasília, nome definitivo escolhido para a nova Capital. Um concurso urbanístico é feito para gerar a concepção arquitetônica de Brasília. O plano piloto, onde se desenvolveria mais tarde os prédios da administração federal, foi concebido por Lúcio Costa e a idéia do estilo moderno e novo que a nova Capital pedia foi criada por Oscar Niemeyer.

A construção começou em 1956 e até 1960 seguiram em ritmo acelerado. Finalmente, à meia-noite do dia 21 de abril daquele ano, Juscelino profere o discurso de inauguração em meio à muita emoção e euforia. Pela manhã, o Congresso Nacional é instalado e pouco mais tarde, têm início a primeira missa da arquidiocese brasiliense.

O tempo passou. Governos entraram e saíram e o Brasil passou de um período democrático para uma ditadura para voltar a democracia. Mas Brasília continua com seu vigor e sua beleza, como seus criadores queriam. Basta que os principais administradores façam jus ao ideal de seus fundadores para que ela seja uma das mais belas capitais do mundo.