Nilmar, o novo Bebeto, poderá atuar em La Paz
Os jogadores da seleção brasileira reconhecem os efeitos negativos que uma partida de futebol na altitude pode causar, mas demonstraram vontade de estar no jogo deste domingo, contra a Bolívia, que será disputado em La Paz, a 3600 metros do nível do mar. A CBF, no entanto, continua contrária à decisão de realizar o confronto na capital boliviana e deve optar por levar um grupo reduzido de atletas para a viagem.
Esse, pelo menos, é o pensamento de integrantes da comissão técnica da seleção. O técnico Dunga deve anunciar o nome dos jogadores que irão viajar a La Paz apenas na sexta-feira. Antes, no entanto, serão levadas em conta as condições físicas de cada um dos 23 atletas que treinam na Granja Comary.
Se esta decisão dependesse exclusivamente do médico da seleção, José Luiz Runco, o Brasil dificilmente entraria em campo em La Paz. Para o profissional, os jogadores correm sérios riscos ao jogarem na altitude de 3.600 metros da cidade boliviana.
“Esse é um problema que a Fifa tem que olhar com carinho. Não é aconselhável a prática do esporte em altas altitudes, pois podemos ter um comprometimento mais grave”, adverte o médico da seleção.
A briga do Brasil contra partidas na altitude não é nova. Em 2007, a Fifa chegou a proibir a realização de jogos em locais acima dos 2.750 metros. O veto teve apoio irrestrito do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, mas a decisão gerou protestos de países como Equador e Bolívia e, em 2008, a entidade máxima voltou atrás e liberou os confrontos na altitude.
Mesmo assim, sempre que pode, o Brasil critica a escolha das cidades com altas altitudes para jogos. Clubes como Palmeiras e Flamengo, que já tiveram de jogar na cidade boliviana de Potosí, a mais de 4.000 metros, reclamaram dos efeitos em seus atletas.
O grande problema em jogar na altitude é a falta de tempo para aclimatação. Como o ar é rarefeito em locais situados muito acima do nível do mar, pessoas que não estão acostumadas podem sentir dificuldades para respirar, principalmente se fizerem esforço físico.
Quem está habituado a essas condições, no entanto, acaba tendo um ganho de “fôlego” quando desce para altitudes mais baixas. Tanto que diversos maratonistas, de olho em uma preparação melhor, escolhem justamente locais altos para realizar seus treinamentos.
