O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite disse, em São Paulo, durante reunião com empresários da Câmara Americana de Comércio para o Brasil, que o país levará para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP 27), entre 6 e 18 de novembro, no Egito, a ideia de que o Brasil é parte da solução para a crise energética que ocorre em todo o mundo.
Segundo ele, em um dos estandes do país serão apresentados 10 gigawatts (GW) de biomassa eólica e um painel com 700 GW de eólica marinha para mostrar que o Brasil tem potencial de energias excedentes, podendo exportar essa energia.
“Temos a possibilidade de mostrar um Brasil real, mais sustentável, especialmente em relação às energias. Essa conferência vai olhar muito para a energia, que é um desafio global com a crise energética que está ocorrendo. Nossa energia está sendo olhada pelos outros países como uma oportunidade de investimento. O que temos desenhado como estratégia é levar o Brasil das energias verdes e as oportunidades de consumo dessa energia”, explicou.
O ministro acrescentou que os representantes do Brasil na COP 27 também devem abordar o tema das políticas globais para redução de emissão de dióxido de carbono ou gás carbônico (CO2). Também haverá no estande brasileiro a apresentação de painéis de presidentes de empresas e empreendedores mostrando o que é feito no Brasil, além de um espaço de cerca de 120 metros quadrados expondo biomas e águas brasileiras.
Eficiência energética
Durante a apresentação a empresários, o ministro ressaltou que tem falado constantemente com o setor privado para melhorar a eficiência energética.
“Pretendemos criar uma nova economia verde, reduzir emissões até 2050 junto com o setor privado, que é quem vai dar a escala. Isso vai acontecer buscando soluções climáticas lucrativas para o empreendedor, para o meio ambiente e para as pessoas por meio de políticas públicas que possam ser desenvolvidas em conjunto”, assegurou.
O ministro do Meio Ambiente comentou, ainda, que, para incentivar uma transformação verde, é preciso dar incentivos fiscais para os setores específicos. “Temos diversas maneiras de incentivar: via ações do próprio governo e tributariamente. Acho que temos aí uma boa possibilidade de crescimento verde e os tributos serão um bom diferencial para fazermos com que isso aconteça”, detalhou.
Ele disse, também, que o mercado regulado de carbono no país foi criado via decreto e os setores que quiserem transacionar têm que cumprir critérios mínimos definidos em decreto. Acrescentou que o que falta são os segmentos aderirem ao compromisso de neutralidade climática até 2050.
“Assim vai se criando esse mercado, criado por uma demanda global já realizada em 2021. Quem cria o mercado são os empresários que têm seus compromissos. As pessoas talvez queiram que eu crie um mercado obrigatório, que eu dê a regra para obrigar todo mundo a reduzir as emissões na velocidade que o governo federal entende que devia ser para cada um dos setores. A chance de isso dar errado é enorme, porque vocês (empresários) já têm esse compromisso”, ponderou.