Governo Brasileiro assumiu o compromisso de recuperar, até 2040, 50% de todas as embalagens plásticas geradas, evitando o descarte no meio ambiente. O anúncio foi feito pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, durante o encontro do Comitê Intergovernamental de Negociação (INC, na sigla em inglês) da ONU, que se reuniu pela primeira vez em Punta del Leste, no Uruguai.
Todos os anos, milhões de toneladas de plásticos acabam sendo despejadas no mar. O descarte inadequado de embalagens criou um dos maiores desafios ambientais da atualidade: os microplásticos, que representam grave ameaça à vida aquática e saúde dos rios, mares e oceanos. Uma medida sugerida pelo ministro foi a redução do uso de microesferas de plástico de origem petroquímica em cosméticos.
“O Atlântico Sul é a porção oceânica mais limpa do planeta e queremos preservar essa importante contribuição que damos ao mundo e, ao mesmo tempo, incentivar os demais países a virar o jogo em relação à poluição plástica. Deixamos esse compromisso como forma de incentivar as demais Partes a assumirem compromissos ambiciosos em relação à poluição plástica e emissões de gases de efeito estufa”, defendeu Joaquim Leite.
A partir das discussões promovidas na Conferência dos Oceanos, que ocorreu entre junho e julho deste ano, o ministro propôs ações concretas no monitoramento das fontes de poluição plástica, produtos químicos, impactos no meio ambiente, saúde e outros aspectos.
Segundo o ministro, a reciclagem é uma ferramenta importante no combate à poluição e na promoção da eficiência energética. O uso de plástico reciclado, por exemplo, reduz o impacto ambiental da energia e das emissões em mais de 50%. Para outros materiais recicláveis, como papel, isso pode chegar até 80%.
Apenas em 2021, no Brasil, foram recicladas 33 bilhões de latas de alumínio, cerca de 99% do total comercializado, um recorde mundial. A lata feita a partir da reciclagem usa 70% menos energia e emite 71% menos gases de efeito estufa. A logística reversa de embalagens de defensivos agrícolas também é destaque e exemplo para o mundo. O índice brasileiro chega a 94%, bem acima dos segundos colocados, França e Alemanha, com 70%.
“Assim, os resíduos retornam para o ciclo produtivo. Isso gera empregos verdes, preserva os recursos naturais, evita a poluição, além de reduzir as emissões de gases de efeito estufa. É a economia circular na prática”, explicou o ministro.
A destinação ambientalmente correta é aliada na luta pelo fim dos lixões. O Recicla+ criou o inovador crédito de reciclagem, permitindo que empresas comprem esses créditos para cumprirem as metas de logística reversa. Iniciativas como a Escolas +Verdes atuam na formação do indivíduo, promovendo a educação ambiental na prática. Até o momento, o programa Lixão Zero já fechou mais de 800 lixões em todo o país.