Podermos ser fortes e fazer nossas escolhas, optar pelo caminho que queremos seguir
Sinceramente, quando retornei para morar em Penedo, depois de 8 anos em Maceió, trabalhando e estudando, não achava que ia presenciar tantas pessoas envolvidas com o tráfico de drogas, em sua grande maioria, adolescentes.
Nestes dois anos coordenando o Aqui Acontece, tive o desprazer de noticiar à morte de pessoas que convive durante o período ginasial em Penedo e, ainda, a prisão de alguns por envolvimento com o tráfico, ou então, filhos de quem também convivi e conheci em peladas pelos campos da cidade. (Passagem pelo Anfrísio Freire Ribeiro e Colégio Estadual).
Como a mentalidade do jovem está destorcida. O que acontece e o que pensam em conseguir no mundo crime. Você pode indagar, mas o meio em que muitos deles vivem é propício, pode exercer influencia?
Bem, concordo que a droga batendo na sua porta constantemente, pode ‘seduzir’, no andar armado, possuir ‘status’ entre eles, comprar roupas da moda, coisas deste tipo que podem atrair garotos, um poder momentâneo.
Porém, não somos produto do meio. Conheço pessoas que moram no Camartelo, até por falta de condições financeiras, não tiveram como sair, cresceram na comunidade, trabalham e vivem dignamente. São respeitadas.
Falo isso porque morei por 23 anos na Rua Joaquim Nabuco, ‘Centro’, de onde conheci várias pessoas e até joguei futebol com eles, ainda no tempo da escolinha do Zebra, do 13 de Maio do Oiteiro, das partidas no campo da lagoa, do Sinimbu, Vasco e da feirinha.
Se for para comparar e mostrar que não somos produto do meio e podermos fazer nossas escolhas, no início desde mês, uma contemporânea de faculdade de jornalismo foi presa na Praia do Francês, suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas.
A jornalista diplomada é de família de classe média alta e sobrinha de uma vereadora por Maceió. Ela não sabia dos riscos que estava correndo? Possui conhecimento, quatro anos de comunicação, viveu em uma boa família, estudou nos melhores colégios de Maceió. Então, foi falta de conhecimento, ela morava em uma comunidade carente? Não.
Façam suas escolhas. A melhor saída ainda é o trabalho, seja qual for o ofício, unido ao estudo. Também não vamos ser hipócritas em dizer que existe espaço para todos. Mas, podemos lutar para conseguir um lugar na imensidão do planeta.
E aos pais e familiares, participem da vida deles, conversem e os policiem. Façam perguntas, aconselhem, vasculhem suas gavetas, armários e guarda-roupas. Chegou com algo de valor em casa, diferente, questione e cobre, busque explicações.
Errou, aconselhe a corrigir, ajude a entender as consequências da sua atitude. O seio familiar ainda é fundamental para o crescimento dos nossos jovens. Até para salvá-los e retirá-los do caminho errado.
Podermos ser fortes e fazer nossas escolhas, optar pelo caminho que queremos seguir.