Estudo aponta: dívida de R$ 500 no rotativo vira R$ 2.600 em um ano
Os juros de 13,75% estabelecidos pelo Banco Central é uma vergonha. As operadoras de cartão de crédito também, já que continuam a escravizar a população com dívidas impagáveis contraídas pelo rotativo. Por causa dos juros anuais de 417,43%, pelo índice de fevereiro, as dívidas nessa modalidade do cartão de crédito são multiplicadas por cinco no espaço de apenas um ano, aponta reportagem da Folha de S. Paulo.
De acordo com a Associação Nacional de Executivos (Anefac) uma dívida de R$ 500 no cartão de crédito pode chegar a R$ 2.600 em 12 meses. Agora, pasmem: em cinco anos, com a Selic atual, o débito saltaria para R$ 1,8 milhão, aponta a associação.
“O endividamento do cartão de crédito sem dúvida é um dos mais vorazes do nosso país”, declarou o presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (Abefin), Reinaldo Domingos, à Folha. “Impossível assumir esse compromisso e pagar o total dessa fatura vencida quando passamos mais de meses com essa pendência”, explicou.
“A velocidade das dívidas de cartão de crédito, uma vez não pagas, são avassaladoras. São juros sobre juros”, esclareceu Domingos, que também é presidente da DSOP Educação Financeira.
Juros atingem famílias de baixa renda
“O desenho [do crédito do cartão rotativo] está prejudicando muito a população de baixa renda”, destacou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta semana. O ministro esteve reunido nesta semana com representantes de bancos e afirmou que o governo irá criar um grupo de trabalho, junto com o Banco Central, para discutir o assunto, hoje uma das maiores preocupações do governo do presidente Lula.
“Uma boa parte do que pessoal que está no Serasa hoje é por conta do cartão de crédito”, declarou Haddad. “Não só, mas é também por cartão de crédito. E as pessoas não conseguem sair do rotativo. É preciso encontrar um caminho negociado como fizemos com a redução do consignado dos aposentados”.
Fonte: pt.org
