Por falta de informação, preconceito e até vergonha, muitos homens deixam de fazer exames que poderiam detectar o câncer de próstata a tempo de curá-lo. Prevenção e tratamentos bem-sucedidos, que dependem em boa medida da detecção precoce, são a chave para frear a estatística de quase 16 mil mortes ao ano causadas pela doença.
Na tentativa de reverter esses números, todos os anos a campanha Novembro Azul busca alertar para a necessidade dos exames preventivos. O esforço também mobiliza o Congresso Nacional, que ilumina seu edifício-sede na cor símbolo da campanha, realiza eventos alusivos ao Novembro Azul e põe em discussão projetos de lei com o objetivo de esclarecer a população masculina sobre o problema.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens no Brasil (29,2% dos tumores incidentes no sexo masculino), ficando atrás apenas do câncer de pele. Os números do instituto indicam 65.840 novos casos da doença em 2020 e 15.841 mortes registradas no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do ministério da Saúde.
A detecção precoce pode ser feita por meio de exames em homens com sintomas (diagnóstico precoce) ou sem eles (rastreamento). No último caso, o público-alvo é quem tem maior chance de desenvolver a doença.
Campanha
A campanha Novembro Azul foi lançada no Brasil em 2011 pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, organização social que se dedica a esclarecer a população sobre o câncer de um modo geral e as doenças cardiovasculares, além de fazer um trabalho voltado especificamente para a saúde do homem. A inspiração veio do Movember, evento que em vários países incentiva os homens a deixarem o bigode crescer como um sinal de conscientização sobre doenças masculinas e o suicídio. O nome Movember resulta de um jogo de palavras que mescla a partícula “mo”, diminutivo de moustache (bigode, em inglês) e november (novembro). Intencionalmente ou não, a nova palavra acaba lembrando a ideia de movimento, ação (move).
Fonte: Agência Senado