Natal é época de comprar, vender, presentear, iluminar os espaços e deixar que a emoção e as superstições façam parte do nosso dia a dia. É período onde o comércio aquece as vendas, postos temporários de trabalho são gerados, ruas se enfeitam e as escolas e igrejas buscam ensinar as crianças qual é o verdadeiro sentido do Natal, que é o nascimento do menino Deus.
No entanto o que poucos sabem é que o Natal (nascimento de Jesus) só passou a ser comemorado no Dia 25 de Dezembro, quando por uma questão política, o Imperador Romano Constantino, procurou um método de resgatar a unidade religiosa de seu povo, aproveitando a difusão do cristianismo para controlar o império.
Foi o próprio Constantino que estabeleceu alguns rituais da Igreja Católica Romana, através do Concílio de Nicéia em 235 d.C.,, passando inclusive o dia da celebração do sábado para o domingo. A partir disso a Igreja Romana também assimilou muitos costumes de outros povos que o império dominava. E foi justamente por ser o 25 de dezembro um dia marcado em algumas culturas como o dia do nascimento de deuses (geralmente ligados ao sol), que o Natal começou a ser comemorado no ano de 440, objetivando cristianizar algumas festas pagãs.
De acordo com Emanuelle Bezerra em seu artigo “Jesus não nasceu em 25 de dezembro”, publicado recentemente, estas festas estão relacionadas às estações do ano. O culto pagão Natalis Invistis Solis (nascimento do deus sol invencível), ao deus Mithra, da Pérsia, do qual Constantino era sumo sacerdote, é celebrado nesta data, porque do dia 24 para o 25 acontece a passagem do Solstício de Inverno para o Equinócio de Primavera nos países do Hemisfério Norte. Os solstícios são as posições da Terra em relação ao Sol. Entre eles há os Equinócios de Primavera e Outono, que ocorrem quando os dois hemisférios ficam dispostos simetricamente em relação ao Sol, que sempre foi motivo de culto e adoração em inúmeros povos.
Pelos fatos, Jesus não poderia ter nascido no dia 25 de dezembro, uma vez que em Israel era inverno e dificilmente pessoas peregrinam nesta época. No entanto os relatos nos mostram que Maria e José, pais de Jesus, estariam a caminho de Belém, próximos a Jerusalém, local de nascimento do menino Deus. Essa peregrinação só acontecia em duas ocasiões, uma era no aniversário da segunda cidade e na Festa dos Tabernáculos, ou Sucot, a festa das colheitas do povo judaico.
Em sua tese de doutorado, o pensador Russel Shedd constatou que o nascimento se deu em outubro, durante a festividade, considerando os turnos de sacerdócio de Zacarias, pai de João Batista, primo de Jesus. “Ele nasceu na época da Festa dos Tabernáculos, em outubro. Seu nascimento pode ser calculado assim: Zacarias exercia seu turno em julho (Lc. 1:5,8) por ser do turno de Abias, o oitavo turno do ano eclesiástico que começava em março (I Cr. 24:10). Foi o mês da concepção de João Batista, (Lc. 1:23-24), que nasceu, pois em abril do ano seguinte. Jesus nasceu seis meses mais tarde, (Lc. 1:26), portanto em plena Festa dos Tabernáculos.”
Enquanto o comércio pensa em faturar, segue a dúvida para alguns em relação à celebração da data.