Uma pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da CNC, considera dívidas a vencer no cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja,crédito consignado, os principais caminho de desorganização financeira tomado por jovens no Brasil neste último semestre do ano de 2022. Essa aceleração do endividamento em agosto foi semelhante nas duas faixas de renda pesquisadas, visto que muitos jovens fazem uso expressivo de cartões de crédito, muitas vezes com limites maiores do que se pode comprometer a renda. A alta na contratação de crédito se deu nos últimos meses entre famílias de maior renda, de 1,1 ponto porcentual e 0,9 ponto, respectivamente, grande parte desses membros jovens que estão com idade entre 25 a 34 anos.
“A inflação em nível ainda elevado desafia o poder de compra desses consumidores. O crédito tem sido uma forma importante para eles sustentarem o consumo”, analisa a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira. O número de devedores alcançou a marca de 19,4 %, que representa alta de 0,5% quando comparado ao ano passado. A inadimplência alcançou 26% das famílias brasileiras, o maior patamar desde o início da série histórica em 2010. Especialistas afirmam ser um dado muito preocupante, pois mesmo com pequenos avanços do mercado de finanças, ter jovens que iniciaram suas vidas financeiras com gastos sem a possibilidade de quitação deste débito, pode levar a uma montanha de trabalho para pagar sem condição de crescimento ou investimento financeiro.
Segundo os dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), é uma situação crítica para pessoas ainda mais jovens, sendo 19% dos brasileiros entre 18 e 24 anos, muitos totalmente endividados, sendo um total de 12,5 milhões de pessoas nesta problemática. Assim como em outras áreas da vida, não dá para generalizar quando falamos de dinheiro, mas ao olharmos para o cenário de endividamento entre os jovens, é possível tirar algumas conclusões em relação a origens dessa situação, logo podendo ser apontado a falta de atenção ao planejamento e o não conhecimento sobre a educação financeira. Vale sempre ressaltar que saber poupar não é um dom, é uma habilidade que precisa ser desenvolvida, afirma economista.