O Mundial ainda nem se encerrou, mas uma verdade saltou aos olhos na Copa da África do Sul, até para os mais leigos. Felizmente, para o bem do futebol, os selecionados que mais se destacaram foram aqueles que procuraram jogar um futebol alegre, criativo e principalmente, ofensivo.
Ao analisarmos as campanhas destacadas de Holanda, Espanha, Alemanha, Uruguai, Gana e também da Argentina, vimos claramente que essa equipes impressionaram o mundo do futebol, com a marca da ousadia e do atrevimento. Espero que a lição seja absorvida pelos demais países e principalmente pelo nosso Brasil, país no qual ainda temos diversas sequelas da conquista do tetra-campeonato de 94, verdadeiro câncer na história do futebol brasileiro.
Para o nosso azar, desde então, o futebol de resultados passou a dominar os nossos estádios, em detrimento do futebol arte e talentoso, sempre fator relevante em quatro da nossas cinco conquistas mundiais.
Tivemos que engolir jogadores limitados técnicamente, escondidos sob a máscara de serem perfeitos atletas de esquemas táticos, de não aparecerem para os torcedores por cumprirem as determinações dos nossos medrosos treinadores, que só pensavam na famigerada proteção às defesas dos seus times. Quanta medíocridade tivemos que engolir, até o próprio Zagalo nos obrigou a isso.
Para nossa sorte, vieram Ronaldinhos, Roberto Carlos, Rivaldo e cia, que trouxeram de volta, um pouco da arte do futebol brasileiro na conquista do penta em 2002.
Hoje, decorridos oito anos daquela memorável conquista, fica a pergunta no ar: Em 2014, quando sediaremos a Copa do Mundo, seremos um time frouxo, covarde e retrancado, com medo da enorme pressão que o nosso torcedor fará na nossa Seleção, ou teremos coragem suficiente para jogarmos o verdadeiro e encantador futebol brasileiro, apostando na juventude, na criatividade e no talento dos nossos craques? Esse Mundial da África do Sul já mostrou o caminho que devemos seguir. Espero que a CBF coloque um técnico que consiga enxergar essa nova realidade do futebol internacional.
Para o bem do futebol brasileiro, chega de Dunga, Parreira, Zagalo e cia. Abaixo a covardia e a retranca no futebol.