Há alguns meses temos acompanhado denúncias sendo as vítimas crianças e adolescentes. O fato não é novidade para nós que comunicamos, seja na imprensa escrita ou falada, pois muitas vezes acompanhamos ações do Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente de Penedo, tendo sido encontrado por nós, muitas vezes, situações subumanas e de não conter as lágrimas nos olhos.
Eu vi filhos sendo desprezados por uma mãe (se é que assim possamos chamar) que diante da saída dos pequeninos abraçados aos conselheiros tutelares, ironicamente ainda abriu a boca pra dizer: “xau galera”. Vi crianças que em cárcere privado choravam a falta de responsabilidade dos pais viciados e a ausência de um pedaço de pão para que a fome pudesse ser saciada.
Vi filhos acorrentados ao pé da cama e um pai desesperado dizendo que se era para ele morrer na rua pelas drogas, o próprio pai tiraria a vida do filho. Hoje, perguntamos: cadê o Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente de Penedo? O que está acontecendo?
Por um lado conversamos com conselheiros que dizem assistir o município negar sua responsabilidade diante da causa maior que é a criança e o adolescente. Por outro lado, ouvimos o Conselho Municipal, questionar a legalidade de algumas ações e pedir que haja programação antecipada dos conselheiros. Há poucos dias ouvimos a presidenta do CMDCA, a ex-conselheira Dulce Lisboa, em entrevista, dizer que o Fundo Municipal que garante recursos para as ações do Conselho Tutelar está com pendências desde a gestão passada.
O fato é que a causa maior que é a criança e o adolescente tem ficado em segundo plano e chegou a hora das autoridades competentes entrarem em ação. Se a justiça é movida pelo princípio da inércia, chegou a hora da provocação. Crianças estão dando entrada na UPA, vítimas de espancamento e nos prontuários tem o horário de chamamento do conselheiro de plantão que nunca chegou ao local. Nos povoados as denúncias de estupro estão esperando uma resposta e será que a falta de combustível será o motivo para negligenciar?
Agora lembrei do radialista Sabino Romariz quando dizia em seu programa de rádio: “Na briga do mar e do rochedo só quem sofre é o marisco”.
