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Diante dos fatos, deu a lógica: Penedense foi rebaixado

Após o encerramento da 17ª e penúltima rodada do Alagoano 2010, vimos confirmado na prática, o que tanto temíamos; o Penedense é antecipadamente, o primeiro clube rebaixado para a Segundona de 2011. Após o enceramento dessa trágica temporada, caberá aos dirigentes do Centenário das Alagoas, já pensar num projeto futuro, sem entretanto, incidir nos mesmos erros desse ano.

É óbvio que não se chega nessa triste realidade em que se encontra o Penedense, por conta de um único fator. Na verdade, uma sucessão de erros conduziram o nosso alvi-rubro a essa mal fadada situação.

Desejamos sinceramente, que os nossos neófitos diretores ribeirinhos aprendam essa árdua e dura lição e que nas próximas missões, correspondam às expectativas de todos os penedenses.

Mas nesse momento, fico muito a cavalheiro para falar sobre esse famigerado rebaixamento do nosso representante, pois fui um dos primeiros, senão o primeiro a ventilar essa hipótese, isso no longínquo jogo diante do União, partida disputada ainda na fase inicial desse Turnão, portanto, à bastante tempo. Infelizmente, acharam melhor não dar importância e deu no que deu.

A princípio, tenho plena convicção da necessidade de mudanças no Estatuto do clube, alterando principalmente, o tópico concernente ao período de eleições. O Estatuto marca as eleições para 03/01, data de aniversário da equipe. Como os estaduais tem seus inícios sempre na primeira semana de janeiro, fica humanamente impossível para todo e qualquer Presidente, elaborar e colocar em prática, qualquer planejamento para toda a temporada.

Resolvido isso, outras coisas precisam ser evitadas. Dentre elas está a necessidade de, em pleno momento onde tudo na vida é levado com extremo profissionalismo, que nossos dirigentes não sejam tão amadores quanto demonstraram em 2010. Os exemplos foram muitos. Chegada de jogador especialista para a posição, apenas na 6ª rodada, concentração passando a existir somente à partir da metade do campeonato, ausência de diretor de futebol e também de supervisor, enfim, coisas absolutamente inaceitáveis para um time que se diz profissional. Se não podemos ser profissionais ao pé da letra, pelo menos tentemos chegar perto disso.

Exceção feita a Francisco Pinheiro, vice-presidente, os demais membros da diretoria não possuem experiência alguma em futebol profissional. Mas, para azar dos amantes do futebol na nossa terra, poucas vezes deram vez e voz ao “Chico”, o único sabedor dessa prática, dentre todos que aí estão.

Outro fator que ficou evidente e que, no meu modo de entender, decisivo para o rebaixamento, foi o baixíssimo nível dos jogadores contratados pelos neófitos dirigentes, com o aval do limitado técnico Régis Silva, senão vejamos: Fora Valdinei e Sabará, que agradaram a apaixonada fiel torcida ribeirinha, os demais, não corresponderam. O zagueiro Márcio veio, jogou, não agradou e foi embora. Sidney estava jogando futebol de areia em Maceio. Fernandinho era, ao lado de Jacobina, reservas no América-SE, Jhony era o 3º atacante no Olímpico-SE. Bruno Carvalho, nem reserva era no Sete de Junho-SE, Joílson estava parado a algum tempo e Paulinho era reserva no fraco CSE.

É bom lembrar que já faz um bom tempo que o futebol da Alagoas é menos ruim que o de Sergipe e porque nós vamos buscar atletas que estão na reserva de equipes pequenas do vizinho Estado? Aonde esperam chegar? Lembro aqui do saudoso jornalista Armando Nogueira. O renomado crítico comentou certa vez, que existe uma enorme diferença entre reforços e meras contratações. Quando o jogador chega e técnicamente cai no gosto dos torcedores, imprensa e desportistas em geral, é porque se trata de reforço. No caso do Penedense, tivemos inúmeras “meras contratações”. Como não se faz omeletes sem ovos, ficamos na Via Crucis o campeonato quase todo.

Some-se a isso, o longo período que o técnico Régis Silva comandou a equipe do Cajueiro Grande, sem conseguir impor-lhe um esquema tático, o mínimo de conjunto e muito menos jogadas ensaiadas. E olhe que foi o treinador que pediu para sair, caso contrário, os dirigentes continuariam apostando nele até o final da competição. Só o Penedense que permaneceu tanto tempo com um técnico que perdeu oito jogos, empatou dois e venceu apenas três.

Após a chegada de Erandy Montenegro, que trouxe um pouco de profissionalismo, outra coisa ficou evidenciada no frágil grupo ribeirinho. O pouco trabalho físico realizado na pré-temporada e ao longo da competição. Bastou Ernady puxar um poco mais nesse aspecto, para aparecerem várias lesóes musculares nos jogadores, provenientes dessa verdade.

Apesar das quatro derrotas, o experiente treinador passa ileso ao vexame. Não indicou nenhum jogador, não dispôs de reforços e de quebra, ainda perdeu os titulares Sabará, Robinho, Marcos e Rogério. Num time táo fraco, voce ainda perde quatro titulares, só um milagre. Erandy é técnico e não milagreiro.

Fica o alerta para que os inexperientes dirigentes sigam os conselhos de quem já esteve por lá, que aceitem humildemente as críticas e que pensem no Penedense como uma instituição do povo de Penedo. Infelizmente, por diversas vezes, vi a porcaria da politicagem partidária prejudicar o nosso representante.

É preciso desarmar o palanque do longínquo 2008 e pensarmos no melhor para a nossa sociedade, da qual o Penedense faz parte. Só assim conseguiremos reverter esse triste e caótico quadro que vamos presenciar, infelizmente, por algum tempo. Falta de aviso desse blogueiro, asseguro que não foi, por isso tenho plena consciência que fiz a minha parte. Quem na verdade não fez?