Falta representação política
Penedo sofre, há mais de duas décadas, de uma moléstia produzida pela falta de qualificação política de seu povo: não tem representantes diretos nos parlamentos e bancadas que impõem o famoso “toma-lá-dá-cá”, este, no bom sentido.
Conhecemos vários casos de políticos que votam com os governos com a condicionante em riste: se minha cidade for asfaltada, se minha cidade receber a reforma tal, se minha cidade receber recursos para isso ou aquilo, enfim, assim caminha a politicagem.
Só para citar, temos a ponte Penedo-Neópolis; o distrito industrial que não sai da palavra, mesmo com a implantação do city-gate (que pode ir para Arapiraca!!!!!!); a reforma de prédios históricos que estão se deteriorando, como é o caso da antiga Coordenadoria de Educação; do ginásio de esportes Padre Manoel Vieira, que tem até túnel para o tráfico de drogas; das escolas desabando sobre as cabeças das crianças, da Unidade de Emergência em urgência definitiva; estradas inacabadas, como a Penedo-Pindorama e outras que nem foram iniciadas, perda de recursos para a reforma do Aeroporto Freitas Melro, etc…etc…etc…
Exemplos temos a perder de vista. O último é a possibilidade de o curso de Cinema ser implantado no Pólo Penedo da Ufal. A proposta está sendo disputada por outras unidades acadêmicas. Também se falava, há algum tempo, sobre a possibilidade de implantação do curso de Arquitetura ou mesmo de Comunicação.
Vamos perder mais uma.
Falta quem negocie por Penedo.
Quem negocia Penedo, já tem de sobra!
Olha o coice ai, gente!!
Começou a época de caça aos eleitores e os marqueteiros já começam a preparar aquelas musiquinhas irritantes (…você já sente, Penedo está diferente….), folders, clipes idiotas, abraço em velhinhas, beijos em criancinhas, etc…porque afinal, todo pré e todo candidato é um herói e seus adversários uns malvados, o “bicho-papão”, o fdp…
Vai começar tudo de novo: os idealistas vão se expor em discussões acalouradas; os pensadores buscarão soluções para os intermináveis problemas sociais, os que anseiam pelo cargos em comissão, vão pular para cima do muro à espera do resultado eleitoral, os puxa-sacos vão erguê-los nos braços subindo e descendo ladeiras, as bandas e os artistas vão receber cachê (ah, esqueci! É proibido no comício! he he he ), as fotografias serão retocadas com o mesmo programa que retoca a bunda das mulheres na Playboy (alguns aparecem sem rugas…kkkk), os programa de governo, irrealizáveis, serão apresentados e no final das contas, é tudo parte de uma grande mentira, um espetáculo de cores, bandeiras, botons e…santinhos!!! Pasmem!
Afinal, a função dos fazedores de candidatos, os marqueteiros, é vender mentiras como verdades. Exemplo: Onde está o dinheiro do Nudepe?, Onde está a UTI de Penedo?, e transformar o candidato sapo em um príncipe. Com sangue azul e cavalo manco.
Opa! Olha mais um coice aí, gente!!!!!
“Pouco sal na moleirinha”
Li Don Quixote quando ainda era adolescente, na biblioteca da Sociedade de Cultura e Arte Popular de Penedo. Depois, ganhei um exemplar de meu velho pai, José Vécio e, vez por outra, ainda faço minhas incursões nos delírios desse cavaleiro enlouquecido de tanto confrontar sonhos e desejos com a cruel realidade social e moral do mundo real.
Don Quixote queria ser um herói e acabou descobrindo que não existem heróis, por isso pirou. Então, fico imaginando como seria o confronto dos sonhos e das idéias de Don Quixote com a política atual.
Claro que não existe semelhança com o personagem principal, mas, pensando bem, há semelhanças com seu fiel amigo Sancho Pança.
Dizia Cervantes, o autor, que Sancho Pança “tinha pouco sal na moleirinha”.
Traduzindo para o “nordestês”: ter pouco sal na moleira significa que o cabra é covarde, medroso, acanhado, debilitado e inábil, enfim, um desvalido político. E o que é pior: em política, quando o “amigo” não é, dá-se um jeito!