Dunga vai pra Copa com
Ao anunciar a sua lista com os nomes dos jogadores convocados para a disputa da Copa do Mundo da África do Sul, o técnico Dunga, a exemplo dos seus antecessores, gerou os mais diversos comentários entre os desportistas brasileiros, que segundo alguns, chega na casa de 200 milhões de técnicos de futebol.
Ao analisarmos a tão esperada relação com os nomes dos laureados jogadores, a primeira coisa que ficou bem patente foi a fidelidade e o conservadorismo do técnico gaúcho em relação ao grupo que vem com ele nos últimos anos e que, justiça seja feita, foi capaz de conquistar todos os títulos que disputou. Copa América, Copa das Confederações e o primeiro lugar nas Eliminatórias do nosso continente, foram conquistas que ajudaram a abarrotar ainda mais, a enorme sala de troféus da CBF.
Evidentemente que não poderia deixar de emitir a minha opinião, apesar de respeitar os nomes apresentados pelo técnico do nosso selecionado, discordo em alguns pontos. Devo aqui tecer alguns comentários contrariando o que foi apresentado e que acho necessário, até mesmo para que possamos interagir com os senhores internautas.
Senão vejamos. Qual justificativa o treinador terá para convencer alguns críticos, inclusive eu, da convocação de atletas que, atualmente, se encontram na reserva de seus respectivos clubes? Doni e Júlio Batista, na Roma e Kléberson, no Flamengo, são titulares sim, mas do banco de reservas de suas equipes, isso já à algum tempo, diga-se de passagem. No caso específico de Doni, o goleiro está na reserva do também brasileiro Júnior Cesar, desde o iníco do Campeonato Italiano. E olhe que o “Calccio” terminará daqui a alguns dias.
Outro ponto que faço questão de citar é o fato do técnico ter convocado dois jogadores que atuam no meio de campo, para jogarem na lateral esquerda. Olhem que já faz anos que tanto Gilberto, no Cruzeiro, quanto Michel Bastos, no Lyon, não atuam por aquele setor. Será que ainda poderemos considerá-los especialistas? Sinceramente, não posso aceitar isso.
Evidentemente que, como amante do futebol técnico, apaixonado pelo talento e tiete do Mestre Telê Santana, pra mim, disparado o maior técnico da história desse país, não poderia deixar de comentar a falta de jogadores habilidosos no setor mais importante de um time, ou de um selecionado de futebol, que é o meio de campo. Na lista apresentada por Dunga, vemos claramente um grande número de jogadores esforçados e voluntariosos, mas, exceção feita a Kaká, poucos ou nenhum com talento suficiente para desequilibrar uma partida de futebol.
Diante dessa verdade incontestável, cabe aqui um questionamento. Porque não levar os dois habilidosos Meninos da Vila? Não me venham com a efêmera desculpa que a inexperiência dos mesmos foi fator determinante. Para esses conservadores, eu faço questão de lembrar alguns exemplos bem sucedidos. Edu, ponta do Santos, foi para a Copa aos 16 anos. O sergipano Clodoaldo conquistou o Tri, no México, quando estava com 19 anos. Some-se a esses exemplos, o Ronaldo Fenômeno, que aos 18 anos, estava no banco da Seleção que conquistou o Tetra, nos Estados Unidos. Isso sem contar com o exemplo do “extra-terrestre” Pelé, que foi titular e Campeão do Mundo, na Suécia, aos 18 anos.
Para esses extremamente conservadores, isso também vale para o técnico da Seleção, eu faço o contra-ponto afirmando o seguinte: “O talento do craque derruba tabus, valores e conceitos, fazendo tudo isso cair por terra, ao desequilibrar jogos de futebol, independentemente da idade do jogador”. Essa é a mais pura verdade verdadeira.
Acreditamos que as convocações de Neymar e Ganso, seriam fundamentais para dar um toque de classe e talento ao nosso time, atualmente, extremamente dependente de Kaká. É bom frizar que o meia atacante do Real Madrid não teve uma boa temporada e isso nos preocupa muito. Sofrendo com uma pubalgia crônica, Kaká por diversas vezes, esteve fora dos jogos da equipe espanhola, ou então, no seu milionário banco de reservas.
Outro talentoso jogador que poderia somar muito é Ronaldinho Gaúcho. O craque do Milan voltou a jogar um bom futebol no time rossonero italiano e ajudaria a dividir as responsabilidades, no quesito criatividade, no nosso scratch.
Apoio também o corte do irresponsável Adriano, que tinha chances de participar de mais uma Copa, mas seu maléfico comportamento extra campo, fez ruir essa oportunidade, quem sabe, a última.
Para encerrar, repasso uma suscínta frase de um corintiano, amigo meu. Ele comentou: Infelizmente, o Dunga não foi incoerente. Tudo a ver com esses comentários. Entenderam?
