A merecida conquista do Flamengo, que ao vencer o Grêmio por 2 x 1, se sagrou hexa-campeão brasileiro, não deixa de trazer à tona, alguns conceitos que fazem parte do cotidiano futebolístico. O time carioca, mostrou na reta final da competição, que era indiscutívelmente, o mais credenciado para alcançar tal proeza, estando de parabéns a enorme massa de rubro-negros, que fazem do time, o mais popular do país. No entanto, irei citar exemplos da superação dos jogadores e Comissão Técnica, que contrariaram os conceitos da lógica do futebol, se é que eles existem.
A primeira coisa que devemos levar em consideração, para um time ser vitorioso é o quesito organização. Em cima desse fato, digo que o rubro-negro carioca deixa muito a desejar, ao lado dos co-irmãos conterrâneos. A estrutura física-administrativa do Flamengo ainda é bem principiante.
Outro ponto a ser avaliado é a questão salarial. Sempre dizemos (imprensa em geral) que, para uma equipe conseguir conquistas, é necessário que os salários dos seus profissionais estejam rigorosamente em dia. No time da Gávea, a tônica dos últimos anos, foram questões trabalhistas, provocadas por dívidas salariais e jogadores que abandonaram o clube por falta de pagamento (ex: Marcelinho Paraíba).
Se levarmos em conta que o ítem conjunto, também é fator importante para o sucesso de um time de futebol, temos que reconhecer que o Mengão também foi prejudicado nesse tópico, senão vejamos: Íbson era seu melhor jogador no primeiro turno do campeonato e acabou retornando ao futebol do exterior. Logo em seguida, Emerson, artilheiro do time ao lado de Adriano, acabou indo para o futebol árabe, também desfalcando a equipe. O penta-campeão Kléberson, se machucou defendendo a Seleção, ficando impedido de defender o clube na segunda metede do certame. Para completar, na reta final, o volante Maldonado, que chegou desacreditado e foi importantíssimo na fase decisiva, também se machucou, em partida amistosa da Seleção chilena.
Outro fato que contrariou a lógica, foi a aposta da diretoria flamenguista, obrigada por acordo trabalhista, no veterano sérvio Petkovic. Quem, de sã consciência, jogaria suas fichas num jogador de 37 anos para ser o maestro do time? Para surpresa geral, Pet foi esse maestro e está cotado para ser o craque do Brasileirão.
Para terminar, a figura sumida ao longo do campeonato, do Presidente Márcio Braga, que indicou um substituto interino durante grande parte da competição, aparecendo para ganhar ibope e mídia, apenas na reta final e, por incrível que pareça, conseguindo não atrapalhar o bom momento vivido pelo grupo de atletas.
Por conta de todos esses fatos, é que afirmo: os jogadores e a Comissão Técnica rubro-negra, são merecedores de todas citações positivas e elogios, por conta desses exemplos de superação, contrariando a lógica do futebol. Ao mesmo tempo, devemos lembrar que isso é exceção e não regra, no meio futebolístico.