Representantes do ciclismo esportivo defenderam, em audiência da Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados, que os praticantes do esporte não sejam obrigados a usar ciclovias e que, nas vias onde elas não existam, possam circular em bloco e não em fila indiana. De maneira geral, porém, a reivindicação dos convidados foi a redução das velocidades atuais nas vias urbanas.
Viviane Helena Zampieri, da Comissão de Segurança no Ciclismo do Rio de Janeiro, ressaltou que a obrigação de usar ciclovias onde elas existem não serve para o ciclismo esportivo, que desenvolve velocidades superiores a 40 km por hora, representando um risco para os demais ciclistas.
Ela também explicou que a obrigação de seguir em fila indiana quando circulam nas vias normais é perigoso. “O Código de Trânsito Brasileiro determina que os carros mantenham 1,5 metro de distância dos ciclistas, o que é um risco. Se os ciclistas andassem em bloco, os carros seriam obrigados a mudar de faixa ou ultrapassar”, disse. Alguns convidados defenderam o projeto que reduz a velocidade máxima nas vias urbanas de 80 km/h para 60 km/h (PL 2789/23).
Ana Luiza Carboni, da União de Ciclistas do Brasil, disse que é importante reduzir a velocidade nas vias para proteger também os ciclistas comuns e os pedestres. Segundo ela, o total de acidentes de trânsito graves aumentou 11% em 2021, chegando a 234 mil. O Brasil estaria na terceira posição mundial de mortes por estes acidentes. Pesquisa com motoristas no Brasil, segundo Ana Luiza, revela que 11% dos motoristas acreditam que as placas de velocidade são apenas indicativas. Ela também pediu que seja regulamentado o seguro para bicicletas.
Eduardo Guimarães, da Associação de Ciclistas de Planaltina no Distrito Federal, disse que será feita uma manifestação na Esplanada dos Ministérios no dia 19 de agosto para defender mudanças na legislação.
Fonte: Agência Câmara de Notícias