A fórmula de disputa de uma competição por pontos corridos, está comprovada nos quatro cantos do mundo, que é a maneira mais justa de se avaliar um verdadeiro campeão. Entretanto, como no Brasil, a corrupção campeia de norte à sul e de leste à oeste, os dois últimos “Brasileirões” ficaram com a nódoa de alguns resultados terem acontecido com a conivência de clubes diretamente envolvidos e rivais diretos de adversários que poderiam ficar com o título máximo da competição.
De antemão afirmo, categóricamente, que escândalos no Campeonato Brasileiro sempre existiram, independentemente da sua fórmula de disputa. Quando me lembro da “sacanagem”, me desculpem a expressão, praticada pela CBF contra o Cruzeiro, no longínquo ano de 1974, tenho a certeza que o problema da corrupção é cultural no nosso Brasil. Naquele ano, para beneficiar o limitado time do Vasco, muito inferior ao do Cruzeiro, que inclusive tinha feito uma campanha melhor que a equipe de São Januário e tinha o direito de jogar a final no Mineirão, os “sérios” dirigentes da entidade máxima do nosso futebol, conseguiram “tramar” a desculpa de que o estádio do Mineirão não tinha segurança para receber uma final do Campeonato Nacional. Pior do que isso, foi remarcar a partida decisiva para o Maracanã, beneficiando, de forma tremendamente grotesca, o time carioca que saiu vitorioso daquela partida, vencendo o time mineiro por 2 x 1, numa das muitas injustiças do nosso futebol.
Nos dois recentes Brasileirões, uma enorme suspeita pairou / paira sobre alguns resultados importantes e decisivos. Porque o Corinthians foi inoperante diante do Flamengo no ano passado, na penúltima rodada da competição? Seria para não beneficiar o São Paulo? E o Grêmio, que no último jogo do campeonato entrou com uma equipe completamente composta por jogadores reservas. Seria para não ajudar o rival Internacional? Agora em 2010, as duas merecidas vitórias do Fluminense diante do São Paulo e do Palmeiras, vem sendo questionadas pelo mesmo motivo. Será que os rivais do Corinthians não se “empenharam” como deveriam, possibilitando ao tricolor carioca, uma oportunidade maior de conquistar o Brasileirão, em detrimento do time de Parque São Jorge?
Diante desse nefastos e mentirosos, ou não, comentários, prefiro ficar com a opinião de um jornalista dos mais respeitados desse país, que se chama Juca Kfoury. A idéia do Juca e com a qual concordo plenamente, é que nas rodadas finais e decisivas, a CBF use de bom senso e coloque os clássicos regionais / estaduais para serem jogados.
Se assim for, duvido que Palmeiras facilite as coisas para o Corinthians. Que Flamengo ouse fazer o mesmo para beneficiar o Vasco. Que o Inter se atreva a “amolecer” diante do Grêmio e assim por diante e vice-versa.
Sob a pressão dos seus torcedores e sob a mácula de perder uma partida para um arquirrival de maneira “estranha”, nem dirigentes, nem jogadores, vão querer ficar com essa nódoa na carreira. Portanto, que a CBF acorde diante de tais fatos e se previna à partir do próximo ano. Se bem que o grande vilão é a corrupção, que infelizmente, está impregnada no espírito de muitos “brasileiros”.