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Brasil: Um Dunga, onze Sonecas e 190 milhões de Zangados

Ao encerrar a sua pífia campanha na Copa da Áfrca du Sul, resultado idêntico ao de 2006, quando também caímos nas quartas-de-finais, ao enfrentarmos um primeiro adversário de qualidade, alguns questionamentos vem à tona.

Temos que reconhecer que o técnico Dunga tinha o pleno comando do grupo, coisa que Parreira não possuía. Por conta disso, foi aquela festança na Copa anterior, com muita orgia, badalação e pouco futebol. Dessa vez, tivemos um grupo fechado em torno de um único objetivo, com um “líder” (Dunga) e comandante, mas que pecou pela fata de talento, principal característica de outras vitoriosas seleções brasileiras.

Infelizmente, nosso técnico foi extremamente fiel ao grupo que conquistou a Copa América, Copa das Confederações e que desempenhou brilhante campanha nas Eliminatórias, mas, mais uma vez fica provado que em Copa do Mundo, o buraco é bem mais em baixo.

Talento foi, é e será sempre, de fundamental importância para a conquista de um Mundial. Não vejo em Elano, Júlio Batista, Grafite, Felipe Melo (o pior estrangeiro da temporada na Itàlia), e Ramires, por exemplo, jogadores com qualidades técnicas suficientes para atuarem no meio de campo e ataque do nosso selecionado.

Torcemos muito pela Seleção, mas não podíamos deixar de ver, que Kaká, sem plenas condições físicas, era uma das poucas cabeças pensantes num time de esforçados, porém limitados jogadores, principalmene, num setor que é de suma importância em qualquer equipe de futebol: o meio campo. Alí é lugar de virtuosos como Gérson, Didi, Clodoaldo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, Falcão, Rivelino e etc. Até quando ficaremos super valorizando a medíocre equipe de 94, campeã mundial é bem verdade, mas sem a identidade do futebol brasileiro. Chega de Dungas, Mauros Silvas e Caçapavas com a amarelinha. Isso não é Brasil.

Enquanto pensarmos apenas em futebol de resultado e esquecermos do talento, vamos continuar cantando a famosa musiquinha: Eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou, alusão ao nosso “técnico” e seus cegos adeptos. Acrescentaria ainda: Eu vou, eu fui e eu irei sempre pra casa, enquanto estivermos com essa mentalidade medíocre.

Que venha um novo treinador, mas principalmente, uma nova mentalidade e o objetivo de resgatar a perdida identidade do nosso futebol.

Será que Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos, Ganso e Neymar fizeram falta? Com a resposta, cada um de nós.