Penedo, cidade histórica das Alagoas, fundada em 1545, hoje tombada pelo Patrimônio Nacional, é uma cidade que traz em seu grandioso e preservado acervo arquitetônico, artístico e cultural a marca de sua importância na história do Brasil.
Considerada “Berço da Civilização Alagoana”, a “Cidade dos Sobrados”, assim denominada pelo sociólogo Gilberto Freyre, apresenta grande potencial turístico e econômico, tanto pelas belezas naturais quanto pelo inquestionável patrimônio ambiental e cultural.
Atualmente, Penedo reveste-se de grande importância no desenvolvimento educacional do Baixo São Francisco.
A Fundação Raimundo Marinho com os cursos de Direito e Administração, entre outros, a consolidação do Pólo Penedo da Universidade Federal de Alagoas-UFAL, com os cursos de Engenharia de Pesca e Turismo e a implantação do Instituto Federal de Educação, oportunizando a formação profissional de milhares de jovens dos estados de Alagoas e Sergipe, representa um marco extraordinário para a região.
A tão esperada revitalização do Rio São Francisco e a possibilidade de expansão do Arranjo Produtivo Local – APL da Piscicultura, coordenado pelo SEBRAE e Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba – CODEVASF, bem como a perspectiva do desenvolvimento com a construção do City Gate na implantação de um Distrito Industrial, a ampliação da produção do Etanol e a efetiva operacionalização de projetos como o Marituba, da Codevasf, que deverá ser administrado pela Cooperativa Pindorama, haverão de impulsionar, mais ainda, a agroindústria e a geração de emprego e renda.
A histórica Penedo reúne as condições que lhe conferem o título de cidade-pólo da região do Baixo São Francisco, considerando-se a amplitude dos serviços oferecidos pelo seu revigorado comércio, rede bancária existente (Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal e Bradesco), bem como a rede hospitalar que conta com uma Unidade de Emergência Antonio de Jesus, a Maternidade da Santa Casa de Misericórdia de Penedo, Hospital Regional e o SEMEP – Serviços Médicos de Penedo, com um quadro de profissionais da saúde de primeira linha
Penedo dispõe de um Batalhão de Polícia Militar e Companhia de Trânsito, bem como de uma unidade de Circunscrição Regional do Departamento Estadual de Trânsito, rede de lojas e oficinas autorizadas Fiat, Chevrolet, Wolkswagem, Honda e Yamaha, hotéis, pousadas, restaurantes, bares e agências de viagens que compõem o trade turístico local.
O Aeroporto Freitas Melro, com pista de 1.400 metros, tem garantida a sua ampliação e funcionamento através de um projeto que,embora tenha perdido os recursos inicialmente alocados para sua reforma pela desídia administrativa do governo do prefeito que renunciou, vem sendo perseguido pelo Governo de Alagoas, através do Departamento de Estradas de Rodagem – DER e Governo Federal, com perspectivas de sucesso.
Neópolis, município fundado com o nome de Santo Antônio de Vila Nova e elevado à categoria de Freguesia em 18 de outubro de 1679, é considerada a capital sergipana do frevo. Situada às margens do Rio São Francisco, a cidade tem uma vista maravilhosa e destaca-se pela potencialidade econômica do Platô de Neópolis, projeto de fruticultura irrigada do Baixo São Francisco que mudou o perfil social da região. O Projeto está com 30% da sua capacidade produtiva, em torno de 50 mil toneladas. Mas a meta é chegar a produzir mais de 250 mil toneladas.
O Platô produz coco, abacaxi, mamão, banana, maracujá, melancia, limão e tangerina. As frutas são comercializadas nos supermercados locais e exportadas desde Pernambuco até a Bahia. Para o total aproveitamento de sua potencialidade produtiva e viabilidade econômica, o transporte tem importância vital.
No município de Neópolis, o governo do Estado investe na educação profissionalizante, com as primeiras turmas da Escola Técnica Estadual Agonalto Pacheco formadas no final deste ano de 2010, garantindo para toda a região a formação técnica em áreas ligadas à agroindústria.
Observando-se, pois, o contexto da região, e somando-se a isso a Linha Verde que liga Sergipe à Bahia e os projetos Onda Azul, na região sul de Alagoas e Costa Dourada no litoral Alagoas/Pernambuco, constatamos que a ligação Penedo-Neópolis sobre o Rio São Francisco está inserida em uma necessidade mais ampla, ultrapassando o restrito interesse local.
Acrescente-se, ainda, a situação atual do Rio São Francisco, sua degradação e assoreamento que dificultam a navegação.
A Ponte Penedo-Neópolis é, além da dotação da infra-estrutura para o desenvolvimento regional, o resgate de uma importante ligação entre o sul e o nordeste do Brasil. Uma ponte para o futuro e não apenas uma passagem sobre um rio ligando empreendimentos turísticos.
Com o potencial de atividades desenvolvidas a partir da ligação rodoviária direta entre a região sul de Alagoas e norte de Sergipe, vislumbras-se um forte indutor do desenvolvimento local, beneficiando dois estados e enquadrando-se nos modernos critérios de conceituação do turismo como atividade econômica, levados em consideração pelos organismos de financiamento.
Uma ponte, vista apenas pelo que representa como obra para a transposição de um rio, pode parecer, à primeira vista, apenas uma obra de engenharia. No presente caso, pode representar a possibilidade de desenvolvimento sustentado de nossa região e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida da sofrida população ribeirinha.
Considerando-se que os estudos iniciais traçados a partir de uma probabilidade de construção da ponte entre a cidade de Brejo Grande, em Sergipe, e a Zona Rural do município de Piaçabuçu representa a exclusão de toda uma região que compreende as cidades de Penedo, Piaçabuçu, Igreja Nova, Neópolis, Santana do São Francisco, Pacatuba, Japoatã, Ilha das Flores e tantas outras comunidades que carecem da garantia de um futuro promissor, a sociedade Sanfranciscana, representada pelas várias entidades da sociedade civil organizada, subscreveram um documento, redigido por mim, a pedido do Rotary Clube, com a ajuda do engenheiro Valmir Lessa, que foi encaminhado aos Governadores dos Estados de Sergipe e Alagoas, Deputados Estaduais, Deputados Federais e Senadores da República, há exatos quatro anos, no sentido de ampliar a discussão da localização desse importante empreendimento que não pode ser destinado apenas à ampliação da oferta de turismo para os mais abastados, mas a esperança de crescimento e desenvolvimento de alagoanos e sergipanos que carecem da atenção e do respeito de seus representantes.
É exatamente por tudo isso que me deixa indignada a notícia de que político A ou político B quer, do nada, ser pai da tal ponte que ainda nem existe.
A construção da sonhada ponte entre Penedo e Neópolis vem sendo defendida desde 1967, no plenário da Câmara Federal, pelo então deputado alagoano Oséas Cardoso, com base em solicitações e informações dos ex-prefeitos Hélio Lopes e Dema Pereira, do bispo diocesano Don José Terceiro de Souza e de técnicos da SUDENE.
Em 1987, o deputado federal Albérico Cordeiro, voltou a discutir o assunto em Penedo com Nilo Menezes e Arivaldo Lopes e levou o pleito ao Ministério dos Transportes.
Em 1989, quando trabalhava como assessora do deputado Cordeiro, levei, pessoalmente, de lancha, os técnicos do antigo DNER, hoje DNIT, para dois dias de visitas, análises, medições e avaliações no Rio São Francisco e suas margens entre Alagoas (Penedo-Região do conhecido Bamba) e Neópolis, no ponto exato do ancoradouro em frente ao Clube neopolitano.
Mais recentemente, os governadores Teotônio Vilela Filho, de Alagoas e Marcelo Déda, e Sergipe, durante uma reunião em Penedo, no auditório do Banco do Nordeste, criaram um Grupo de Trabalho, formado pelos secretários de Infraestrutura, Meio Ambiente e diretores do DER dos dois estados, encarregado de apresentar aos governos estudos e projetos sobre a ponte Penedo-Neópolis.
Isso mostra que a elaboração de um projeto dessa magnitude, a construção de uma elo de desenvolvimento desse porte, não é um tarefa de um, mas de muitos governos e muitas pessoas.
Não entendo se é loucura, cinismo político ou idiotice o comportamento desses desinformados pseudos políticos, mas a verdade é que uma minoria, que nem sempre tem mandato ou pleiteia um, realmente trabalha. Os outros são os outros. Os destrambelhados e oportunistas, usurpadores de idéias e projetos.
E o pior é que eles acabam acreditando em suas próprias mentiras e convencendo outros destrambelhados como eles.