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A “insuportável” corrupção e a demora na punição

Essa semana, durante entrevista coletiva à imprensa, o Procurador Geral de Justiça do Estado, Eduardo Tavares, disse que a corrupção em Alagoas é “insuportável”.

Obviamente a declaração repercutiu em todos os setores da sociedade porque, acredito, sinaliza a inarredável determinação de uma das instituições mais respeitadas pelo povo, o Ministério Público, de combater de forma veemente esse mal.

E há muito o povo espera por esse tipo de posicionamento. Há muito o povo espera que as autoridades deem um basta nessa situação vexatória que constrange as Polícias, o Ministério Público e o Poder Judiciário. Uma situação que inferniza a vida das pessoas, dos cidadãos, dos trabalhadores que ganham o pão de cada dia “com o suor de seu rosto”, como manda a Bíblia Sagrada sobre a qual os juramentos de posse dos homens públicos geralmente são feitos.

No caso da nossa tradicional e histórica Penedo o Ministério Público já constatou o uso de notas frias e muitos outros indícios de fraude e irregularidades com dinheiro público em administrações municipais passadas e, inexplicavelmente, até agora, ninguém foi punido.

As denúncias de irregularidades em prefeitura, câmara de vereadores, organizações não governamentais, fundações e outros tantos operadores do dinheiro público são constantes e ecoam em todo o estado, principalmente através da imprensa. È graças aos meios de comunicação, especialmente o rádio, cujo caráter democrático é inquestionável por estar em todos os lugares e servir a todas as pessoas independentemente de sua condição social, intelectual ou mesmo geográfica, que homens e mulheres , estudantes, crianças, idosos, trabalhadores, etc… conhecem seus direitos, escolhem o que vão consumir, analisam seus governantes, elogia, critica, analisa e julga.

É através dos meios de comunicação que os governantes são submetidos ao exame crítico de sua própria conduta, embora muitos desprezem a imprensa, liberdade de expressão e os direitos de cidadania do povo.

E é por tudo isso que reflito sobre a declaração do Procurador Geral do Estado. Se a corrupção é abundante, como outro dia definiu um promotor, e chegou a um limite “insuportável”, como diz o Procurador, que policiais, promotores, juízes e procuradores investiguem, incansavelmente, as denúncias desses atos ilícitos das muitas chamadas “autoridades públicas”, assassinas de crianças e violadoras de cidadania.