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A dor é uma coisa real……..

A máxima popular diz: “Se conselho fosse bom, não se dava, vendia”??

Mas, qual a leitura que se deve fazer sobre este dito popular. Várias interpretações podem surgir. Desde o simples conselho de um amigo, ao desejo de mudança, ou até, as lágrimas de dor de uma mãe que tanto desejou o bem para o seu filho.

Pude constatar após fazer a cobertura de uma execução de um jovem de 23 anos, este que teve seu fim após ser alvejado com um único disparo de arma de fogo na cabeça. Givanildo dos Santos Bandeira, 23 anos, conhecido por “Quinho”. Ele tinha envolvimento com drogas, foi o que confessou sua mãe, Jacira Maria da Silva, ao ser questionada por mim, se ela tinha a quem atribuir o crime e, se o seu filho tinha envolvimento com algo ilícito. E ela respondeu: “Meu filho tinha envolvimento com drogas, não vou mentir. Várias vezes falei para ele mudar de vida, procurar um emprego. Todos sabiam quem era ele. Givanildo fazia questão que o povo soubesse. Conselho não faltou meu filho, e o fim foi o que você acabou de ver”. Imaginem a dor de uma mãe em ter que confessar para um estranho.

Não estou aqui para julgar ninguém, levanto a questão do porque os jovens de hoje não mais dão ouvidos ao que os pais falam. Hoje entendo bem o que os meus desejavam quando me aconselhavam. Quando eu era proibido de ir a algum lugar, ou então, quando eles falavam que determinava pessoa não era boa companhia. Claro que, como todo adolescente, esperneava, brigava. Mas, ao fim, seguia os ensinamentos. Nossos pais e amigos de verdade não querem e não desejam nada de ruim para nós. Buscam apenas o melhor. Sou pai de um garoto de cinco anos, e quero o melhor para ele e, confesso, diante de tudo que presenciamos corriqueiramente, tenho medo do futuro, hoje está desta maneira, e daqui a 10 anos ou 15 anos…….

Lembro quando era adolescente, minha mãe revirava muito minhas coisas, meu guarda-roupa. Lembro que tinha liberdade de ir às festas e chegar de madrugada. Mas, ainda sim, eu era policiado por eles. Reclamava muito quando notava que minhas coisas estavam reviradas, acho que eles procuravam algo suspeito. Mas, com o passar dos tempos, o amadurecimento, vejo que tudo é válido para contribuir com o futuro dos filhos.

Diante do “fetiche da velocidade”, em que trabalhamos incansavelmente para pagar as contas, almejar uma boa educação para os nossos filhos, lhe proporcionando uma escola de qualidade, um curso superior, o consumismo desenfreado, às vezes nos esquecemos de reservar alguns minutos de atenção para eles. Bater um bom papo, quebrar tabus em determinadas conversas. É melhor que eles aprendam conosco, do que aprendam da pior maneira o que a vida pode ensinar de ruim.

Então, conselhos são bons, e não precisam ver vendidos!!!