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A difícil batalha para se libertar do vício

Um dos motivos para largar foi este belo momento de Humberto Gessinger ao lado de sua filha Clara. No final vocês vão entender......

Desde o final da noite dia 03 de fevereiro iniciei uma batalha contra o tabagismo. Fiz algumas postagens sobre o tema em meu perfil no Facebook. E vários amigos externaram apoio, muito importante neste momento. E agradeço a todos que se solidarizaram comigo!!!

Outros pediram para falar mais sobre o tema. Então, como o blog permite algo mais leve e opinativo, pessoal, vou falar sobre este vício que iniciei há 18 anos e, claro, sobre a minha decisão abrupta de brigar para largar.

Moleque gosta de aparecer, tudo que é diferente, acha bonito, sem antever as consequências. Busca chamar a atenção, principalmente para as garotas!! Era década de 90, Cine São Francisco ainda dava os seus últimos suspiros. Então, minha turma certo dia fez uma ‘cotinha’ para comprar um maço de cigarros com sabor. Isso, todos adolescentes entre 14 e 16 anos, querendo se passar por homens, na frente das meninas que também participavam das exibições aos sábados.

A partir de uma brincadeira, que passou a fazer parte dos finais de semana e durante as festas, passou a fazer parte do meu dia a dia, por 18 anos.

Virei viciado, passando a comprar um maço por dia. Comecei com o Free Light e passei alguns anos. Depois comecei a perceber que era fraco, e passei a onsumir o Carlton, um dos mais caros e fortes da indústria do fumo. Já pensou, quanto desperdício de dinheiro e saúde.

Fui para Maceió e na academia, alunos e professores também fumavam, comecei a fumar mais, vida agitada, trabalhava durante o dia, estudava a noite e chegava em casa por volta 23hrs. Seguia fazendo trabalhos da academia e estudando mais. Visto que, era um único horário que tinha para fazer as atividades acadêmicas. Constantemente dormia por volta das 02hrs e acordava por volta das 06h20min.

E para aguentar muito tempo acordado, passei a consumir mais cigarros e café, chegando a dois maços por dia. Fora os finais de semana, quando o fumante consume álcool, mais o organismo pede o tabaco.

Ainda tinha a mulher cobrando para largar e o cheiro desagradável que ficava no apartamento…rsrsrsrrsrs. Morava no segundo andar, comecei a perceber que a saúde estava começando a ficar prejudicada. Quatro lances de escadas, parecia que tinha andado por várias horas. Foi quando percebi que estava no momento de largar.

Mas, como todo vício, não conseguia. Voltei para Penedo, minha primeira campanha eleitoral. Claro, muito nervosismo, ansiedade, tudo novo para um recém-formado. O resultado, mais tabaco no organismo.

A campanha passou e fui diminuindo de novo, chegando a fumar um maço em dois dias, para quem fumou dois por dia, estava melhorando. Diante disso tudo, mais cobrança em casa. A esposa para ajudar, contava situações que tinha visto quando estagiária de enfermagem na Santa Casa de Maceió, doentes terminais com câncer ocasionados pelo tabagismo.

Meu garoto crescendo e comecei e refletir……..quero aproveitar ao máximo os momentos ao lado do meu filho. Com saúde. Meu pai faleceu quando eu tinha 17 anos. Claro que desejaria ele acompanhando minhas conquistas, meu crescimento, o momento que enfrentei na banca do TCC, o resultado e a festa depois na ‘Beberoteca’, com toda a turma e mestres. Muito bom!!! Este era o nome da barzinho que a turma frequentava.

Isso e muito mais, quero acompanhar do meu filho. Sem falar que certo dia, já em Penedo, quando chego em casa, Alessandra diz que João Luiz estava imitando o pai. Pensei, até brincando, jornalista não, ganha pouco, trabalha muito e não tem vida social…..rsrsrsrrs isso brincando com ela.

Mas, a esposa disparou: “João estava com um canudo na boca, dizendo que estava fumando igual ao pai…….que belo exemplo”.

Sem falar no cansaço ao andar, ao subir ladeiras. O corpo começando a sentir. Então, na última segunda-feira (03), por volta das 22hrs, fui à porta acender um cigarro, este era o último da carteira. Fumei com todo o prazer, entrei, tomei banho e fui dormir.

Acordei no dia seguinte, após o café da manhã, à vontade de fumar, fui ao posto, cheguei próximo e, um em momento de epifania – não quero mais -, vou lutar para largar e não vai ser o cigarro que vai fazer com que eu não acompanhe o crescimento do meu filho. Isto, já tinha visto algumas personalidades morrerem em decorrência do cigarro. Um policial civil que trabalhou em Penedo, há época que morei antes de ir para Maceió, morreu com câncer no pulmão. E por último, o radialista Antônio Vieira, primo de minha mãe.

Diante de tantas coisas, tomei a decisão e comecei a postar nas redes sociais, como forma de receber apoio dos amigos e familiares. E de pronto, muitos foram solidários. Só para ter uma ideia de quanto o fumo é viciante, várias vezes saí de casa durante a madrugada, tanto em Maceió, quando em Penedo, para comprar cigarros.

E graças ao apoio dos amigos e familiares, sigo em minha luta. Como a medicina diz, sou o viciado em tratamento. Ainda passando pela crise de abstinência. O fumante, tudo inventa como desculpa para acender um cigarro. Vai tomar banho, ascende um antes. Um após as refeições, tudo é motivo.

Existem vários níveis de dependência e, para aqueles que desejam lutar e precisam de apoio médico, a rede privada e pública de saúde oferece atendimento, tanto com apoio de medicamentos e acompanhamento psicológico.

Vou citar como exemplo, a Santa Casa de Maceió. Quando ainda estagiário, fiz uma matéria sobre o tema. Na oportunidade, entrevistei a pneumologista Fátima Alécio, coordenadora de Atenção ao Tabagista da entidade. Na verdade, já pensava em deixar, daí o motivo da pauta sobre o tema.

Lembro que ela fez um alerta, não use nenhum tipo de medicamento que prometa milagres e sem a prescrição de um profissional especialista na área. A pneumologista também afirmou que o fumante precisa se conscientizar que o cigarro é uma droga viciante e que pode matar. A partir disso, é possível travar a sua batalha.

Para aqueles que não podem pagar pelo tratamento, entrar em contato com o serviço social da Santa Casa de Maceió (082) 2123-6000, para dependentes químicos exclusivamente do SUS. Tratamento particular, entrar em contato com Instituto de Pneumologia, também do hospital.

Este vídeo retrata bem um dos motivos pelo qual resolvi entrar na luta para largar o cigarro. Observem o momento sublime entre pai e filha cantando juntos. O sorriso espontâneo de Humberto Gessinger ao lado de sua filha Clara. Fico emocionado e não canso de assistir este DVD em casa. Não que eu vá cantar com o João profissionalmente….…rsrsrsrsrsr!!! Mas, quero comtemplar momentos sublimes ao seu lado, em diferentes atividades e sorrir ainda por muito tempo. E não vai ser um cigarro que vai impedir. Muito obrigado aos amigos e familiares pelo apoio constante nesta luta!!!!