A Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), visando atender o cumprimento da portaria 522/2013, que aprova o protocolo do uso do medicamento palivizumabe, aplicou doses da substância biológica em 48 bebês prematuros atendidos no ambulatório de retorno da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (follow up). Foram beneficiados também 18 bebês assistidos pelo home care e de outras maternidades, como Santa Izabel e Santa Helena. Entre os beneficiados internamente estão 16 bebês que estavam sendo assistidos na Unidade de Terapia Intensiva da MNSL.
Antes de ter acesso à medicação os bebês passaram por uma avaliação médica, conforme critérios da portaria do palivizumabe, estabelecidos pelo Ministério da Saúde. “O palivizumabe (Synagis-R) não é exatamente uma vacina, e sim um anticorpo (medicamento) desenvolvido em laboratório para impedir a infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), causador da bronquiolite, e usado para atenuar sintomas da doença, reduzindo em até 55% as internações em situações graves”, explicou a enfermeira e gerente do ambulatório do follow-up da MNSL, Magda Solange Dória.
A primeira filha da dona de casa Edneide Maria dos Santos, 34 anos, recebeu a última dosagem do medicamento. “Com um ano e três meses, Maria Vitória recebeu a última dosagem da palivizumabe, pois ela é portadora da síndrome de down, cardiopata, intolerância à lactose e é assistida pelo home care. Esse medicamento é muito bom, previne várias doenças, uma vez que minha filha foi uma bebê prematura e o médico aconselhou receber a dose por precaução”, relatou Edneide.
De acordo com a responsável técnica da neonatologia na MNSL, Carline Rabelo, o medicamento é administrado em cinco doses anuais a serem aplicadas de março a julho, de forma semelhante a uma vacina. “A aplicação é via intramuscular e aplicada uma dose por mês, gratuitamente. Representa, portanto, uma forma de prevenção”, concluiu.
Segundo o superintendente da MNSL, Luís Eduardo Prado, o medicamento palivizumabe é fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para os bebês prematuros com menos de dois anos. “Para bebês prematuros com idade gestacional ao nascimento de até 28 semanas e seis dias, a partir de um mês de idade até um ano. Os cardiopatas e com displasia bronco pulmonar até dois anos. São contempladas, especificamente, as crianças nascidas antes de 28 semanas e os que apresentam doença pulmonar crônica e doença cardíaca congênita. Essa é uma medicação de alto custo e que tem como finalidade a redução da mortalidade infantil”, ressaltou o gestor.
Restrições
As indicações para o uso do medicamento palivizumabe são restritas para bebês prematuros que nasceram com até 28 semanas de gestação que não tenham desenvolvido displasia broncopulmonar (medicar até um ano de vida); para crianças menores de dois anos com cardiopatia congênita que exija tratamento clínico e/ou cirúrgico nos seis últimos meses; para crianças portadoras de doença pulmonar crônica da prematuridade (displasia broncopulmonar) até 2 anos e para crianças que nasceram com menos de um quilo.
Bronquiolite
A bronquiolite é uma doença, que se caracteriza por uma obstrução inflamatória dos bronquíolos (pequenas vias aéreas). Geralmente é causada por uma infecção viral e afeta principalmente crianças até 2 anos de idade. Adultos e crianças maiores contraem bronquite; os bebês, bronquiolite. Pelo fato de seu aparelho respiratório não estar totalmente desenvolvido, bebês prematuros e menores de um ano correm risco maior de contrair a doença.
Assim como a bronquite, a bronquiolite também é uma doença sazonal, ocorrendo principalmente nos meses de outono e inverno.
