Uruguaios comemoram a inédita conquista diante do Brasil
O Uruguai é o campeão da Copa Latina de Beach Soccer. Diante de 2.500 pessoas que lotaram as arquibancadas do ‘Hot Park’, no Rio Quente Resorts, na manhã deste domingo, dia 30, a renovada Celeste deu uma prova de força, derrotando o Brasil nos pênaltis por 1 a 0, após 3 a 3 no tempo normal e 0 a 0 na prorrogação (gols de Benjamin (2) e Fabian (contra), para o Brasil, Nico (2) e Fabian, para o Uruguai), na decisão da XII Copa Latina de Beach Soccer 2011, e comemorou o inédito título do torneio – igualando os feitos de Portugal (2000) e Chile (2010).
Nas penalidades alternadas, Fabian fez para o Uruguai e Benjamin desperdiçou a cobrança brasileira. Esta foi a 15a derrota do Brasil em 385 partidas oficiais e apenas a segunda vitória uruguaia (a outra foi em 2005, no Torneio de Lima, no Peru, por 4 a 0) em 42 confrontos diante dos brasileiros.
Numa manhã de muito sol e calor, a ‘praia do cerrado’ se vestiu de verde e amarelo e fez festa também para o capitão Benjamin, que jogou com uma camisa comemorativa aos 300 jogos oficiais pelo Brasil. Na preliminar, o México venceu a Argentina por 7 a 6 (gols de Plata (3), Barboza (2), Maturin e Rodrigues, para os mexicanos, Franceschini (2), Joel (2), Vivas e Leguizamon, para os hermanos), fechando em terceiro lugar. Mão (Brasil) foi escolhido o ‘Melhor Goleiro’, Benjamin o ‘Artilheiro’ (6 gols) e Benjamin (Brasil) foi eleito o ‘Melhor Jogador’ do campeonato.
– Buscamos a vitória, mas ela não veio. Faz parte do esporte. Temos que tirar lições nessa derrota, aprender com os erros que cometemos e trabalhar forte, porque vem aí as Eliminatórias para a Copa do Mundo da Itália. Hoje todos os jogos são decididos em detalhes e perdemos nos detalhes. Parabéns ao Uruguai, que fez um grande campeonato, e nós saímos de cabeça erguida, porque sabemos perder também e, tenho certeza, esse ano a gente ainda vai dar muitas alegrias ao povo brasileiro – afirmou Alexandre Soares, técnico do Brasil.
O Brasil só volta a jogar agora na primeira quinzena de maio, nas areias de Copacabana, no Rio de Janeiro, nas Eliminatórias Conmebol para a Copa do Mundo FIFA de Beach Soccer 2011, em setembro, na Itália.
BRASIL 3 (0) x (1) 3 URUGUAI
De um lado, o Brasil, vice-campeão em 2010, e querendo recuperar o ‘cinturão’ de campeão. Do outro, o Uruguai, vice-campeão da Copa Latina na edição de 2005, e disposto a tudo para surpreender os brasileiros em casa, assim como fizeram lusos (2000) e chilenos (2010). Empurrada pela torcida, a Seleção Brasileira entrou em quadra para sufocar a Celeste. E conseguiu. Logo aos 1min38s, André bateu cruzado, Fabian tentou cortar e chutou contra o seu gol: Brasil 1 a 0. O Uruguai não ameaçava a meta de Mão e Sidney teve a chance de ampliar: o camisa 7 driblou até o goleiro Diego mas, com o gol vazio, perdeu a passada e errou o chute. A Celeste melhorou, acertou a marcação na defesa e se aproximou do gol brasileiro e o cabeludo Marcelo obrigou o camisa 1 do Brasil a fazer duas boas defesas. Diego, goleiro uruguaio, também arriscava chutes de sua meta, tentando surpreender Mão. O Brasil quase fez o segundo: primeiro em falha de Diego, que quase deixa entrar uma bola recuada, depois em boa triangulação do ataque verde-amarelo, onde o camisa 1 da Celeste fez grande defesa. Brasil 1 a 0, placar do primeiro período.
Na segunda etapa, o Uruguai mudou o goleiro (entrou Gustavo), apertou ainda mais a marcação e Alexandre Soares passou a mexer com o seu banco de reservas. O ataque brasileiro tinha dificuldades de criar, os uruguaios tentavam os contra-ataques até que Nico levou a melhor numa dividida com Bruno Xavier, e tocou com categoria no ângulo de Mão: 1 a 1, aos 3min50s. Não demorou e a Celeste conseguiu a virada. Após cobrança ensaiada de córner, Pampero tentou o chute, mas foi Nico quem acertou o gol: 2 a 1, aos 4min50s. A torcida pediu e Benjamin atendeu ao pedido das arquibancadas. O empate veio num lindo chute de longe do capitão, no cantinho, sem chances para Gustavo: 2 a 2, aos 8min30s, placar parcial ao término da segunda etapa.
De volta com a equipe titular, o Brasil levou um susto logo no começo do terceiro tempo, quando Matias obrigou Mão a fazer ótima defesa. No lance seguinte, Sidney bate escanteio na cabeça de Benjamin: 3 a 2, aos 2min52s. O Brasil teve a chance de ampliar, com Betinho, mas a bola explodiu no travessão. Com Buru em quadra, o quarto gol parecia questão de tempo. Até que, aos 9min58s, Fabian, o mesmo que havia aberto o placar para o Brasil fazendo contra, fez a favor e empatou a partida. Benjamin, cobrando falta, ainda teve a chance de fazer o gol da vitória a 19 segundos do fim, mas Diego defendeu. Na prorrogação, 0 a 0 e, na cobrança de pênaltis, Fabian fez para o Uruguai e Benjamin chutou para defesa de Diego. Festa da Celeste nas areias de Rio Quente.
BURU (BRASIL)
– Perder é ruim, ninguém gosta, ainda mais em casa, com a nossa torcida, mas serve de alerta para a temporada, que vai ser desgastante e muito importante para o Brasil. O Uruguai marcou forte e tivemos dificuldades para sair da marcação, eles atrapalharam muito nosso toque de bola, tivemos chances de decidir o jogo e não conseguimos. Eles aproveitaram as que criaram e venceram. Somos um grupo forte, uma família e estamos unidos vencendo e perdendo, isso foi o que nos fez chegar aos quatro títulos mundiais e vai nos mover em 2011 para o penta na Itália.
FABIAN (URUGUAI)
– Todo começo de jogo nosso é assim, o time entra devagar e temos que ir atrás do placar. É uma característica da equipe e, o fato de conseguirmos as vitórias, é uma prova da nossa qualidade. Contra o Brasil era mais difícil, é um time fortíssimo, jogando em casa, mas conseguimos. Queríamos muito o título, ser campeão, e chegou o dia – disse o atacante Fabian, cobrador do pênalti que deu o título à Celeste.
