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Penedo

Barracas da feira do artesanato de Penedo são demolidas

Operários fazem a demolição dos quiosques sem EPI

As doze barracas de alvenaria da feira do artesanato de Penedo são demolidas por operários que trabalham sem EPI (Equipamento de Proteção Individual). O flagrante da irregularidade foi registrado pela reportagem do aquiacontece.com.br na manhã desta sexta-feira, 11. Sem luvas e calçando sandálias de dedo, um dos trabalhadores usava uma pequena marreta para derrubar os tijolos de um dos quiosques.

A ausência dos obrigatórios equipamentos de segurança individual, inclusive capacete, também acontecia entre outros operários. Além de demolir paredes, o desmonte dos quiosques incluía a retirada de portas e janelas de ferro, esquadrias que serão instaladas nos pontos de venda do Pavilhão do Artesanato, estrutura erguida na orla ribeirinha, o novo endereço dos oito comércios de peças em cerâmica, dos três pontos de alimentação, uma revenda de créditos para celular e ainda de um estúdio de fotografia digital.

A mudança para o Pavilhão do Artesanato, já apelidado de Arenão ou Coliseu pela semelhança com as arenas de luta da Roma antiga, acontece ainda hoje, mas o primeiro dia de vendas está previsto para começar somente neste sábado, 12. Como as portas e janelas serão chumbadas hoje, é preciso aguardar o tempo necessário para a fixação das esquadrias.

Último dia de trabalho na praça

Enquanto os negociantes de artesanato já haviam desocupado os quiosques, os donos das lanchonetes ainda aproveitavam o último dia de trabalho sobre a Praça Comendador José da Silva Peixoto, nome oficial do logradouro que será transformado em um largo, seguindo o projeto de reurbanização da orla de Penedo. O local foi ponto de trabalho durante 20 anos para Gennys, como Genivaldo Nogueira é conhecido na cidade onde sobrevive com sua lanchonete.

Fernando Vinícius - aquiacontece.com.brDo trailer que usava no princípio de sua atividade, Gennys passou para o quiosque erguido acerca de 15 anos por conta da realização da primeira etapa de requalificação da orla de Penedo. Prestes a mudar de local, ele espera que a transferência não prejudique sua única fonte de renda. “Só Deus sabe, eu espero que continue bom como sempre foi”, declarou Gennys. Para Ricardo Batista, dono do ponto Ricardo Lanches, os onze anos de permanência na praça renderam o suficiente para manter sua família e ainda acumular um patrimônio pessoal (casa, moto e carro).

Em todos os casos, o bom faturamento registrado na feira do artesanato só deverá se repetir no novo espaço quando clientes e visitante estiverem familiarizados com a mudança. Maria Liege Canuto Santos, 64 anos, 30 vividos do comércio de artesanato na praça, disse que sua média de vendas diária nunca foi abaixo de R$ 100. “Daqui que o pessoal se acostume a ir até lá, pode demorar”, avalia a comerciante.

Sua preocupação está relacionada com a construção da rampa do cais ao Pavilhão do Artesanato, acesso solicitado pelos comerciantes à prefeitura que se comprometeu em providenciar a obra que depende ainda de autorização do Iphan. No ‘Arenão’, a mobilização acontecia para finalizar os serviços que permitirão o começo de uma nova etapa para os microempresários da feira do artesanato de Penedo.