Os bancários deflagraram greve nacional por tempo indeterminado, a partir de terça-feira (27). De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), a paralisação tem o objetivo de pressionar a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) a retomar as negociações e apresentar uma proposta que atenda às reivindicações da categoria. A greve atingirá bancos públicos e privados.
A decisão foi tomada em assembleias realizadas na noite desta segunda-feira (26) pelos Sindicatos dos Bancários de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Campo Grande, Mato Grosso, da Paraíba, de Alagoas, do Ceará, do Piauí, Espírito Santo, de Campinas, Piracicaba, Juiz de Fora, Dourados e Vitória da Conquista, conforme levantamento feito até as 20h30.
“Esperamos que a força da greve faça com que os bancos apresentem uma proposta que garanta emprego decente aos bancários. Com lucros acima de R$ 27,4 bilhões obtidos somente no primeiro semestre deste ano, os bancos têm todas as condições de atender as reivindicações da categoria, de modo a valorizar o trabalhador, distribuir renda, reduzir desigualdades e contribuir para o desenvolvimento do país”, disse Carlos Cordeiro, presidente da Contraf.
Os bancos ofereceram reajuste a todos os salários, pisos salariais, benefícios e participação nos lucros e resultados (PLR) de 8% a partir de 1º de setembro de 2011. Já os bancários reivindicam 12,8% de reajuste, sendo 5% de ganho real, e aumento do piso para R$ 2.297,51 (segundo os trabalhadores, pela proposta da Fenaban, o piso subiria para R$ 1.350,00). O PLR pedido é de três salários acrescidos de R$ 4,5 mil.
Em nota, a Fenaban diz que a proposta dos bancos contempla pelo oitavo ano consecutivo correção de salário com aumento real e inclui pisos salariais elevados para uma jornada reduzida. A entidade ressalta que se manteve aberta ao diálogo e apresentou duas propostas econômicas em apenas uma semana. “Por isso, a iminente possibilidade de greve é considerada fora de propósito”. “A Fenaban avalia que qualquer atitude que dificulte o atendimento aos usuários é condenável, principalmente quando a negociação pode continuar e evitar qualquer paralisação”.
Bancários de Alagoas já estão em greve
Reunidos na noite desta segunda-feira (26), na sede do Sindicato, os bancários de Alagoas, indignados com a proposta indecente da Fenaban para as reivindicações da campanha nacional, decidiram cruzar os braços a partir da zero hora desta terça-feira, por tempo indeterminado.
A greve, que se estende aos outros estados da Federação, deve ser vigorosa e atingir todos os bancos, para forçar a Fenaban, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e o Banco do Nordeste a retomarem as negociações com seriedade, respeitando e valorizando os trabalhadores.
O Sindicato convoca toda a categoria a se engajar de corpo e alma no movimento. Quanto maior e mais forte a paralisação, mais rápido será o fim do impasse. As ameaças, pressões e assédio contra a categoria devem ser enfrentados com garra e determinação, como foi em outros movimentos paredistas..