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Sergipe

Baixo São Francisco sergipano começa a produzir camarão em cativeiro

Ciclo já alcança 1,5 mil quilos por hectare do crustáceo

Uma iniciativa pioneira introduziu a produção de camarão no perímetro irrigado Cotinguiba/Pindoba, no Baixo São Francisco sergipano. Desenvolvida em uma área de cinco hectares, a produção já alcança a produtividade de 1,5 mil quilos por hectare. A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), por meio da Unidade de Beneficiamento de Pescado de Propriá, viabiliza o processamento e a comercialização do crustáceo.

A carcinicultura foi introduzida no perímetro Cotinguiba/Pindoba pelo produtor Salustiano Marques em 2014 após estudos iniciados há aproximadamente dois anos e meio. “Primeiro tentamos fazer as adaptações necessárias, mas desde junho iniciamos a produção. Hoje, produzindo com baixa densidade e ainda sem aeração conseguimos em torno de 700 kg por viveiro de quatro mil metros quadrados, o que é muito bom. Mas o nosso objetivo é chegar a uma produtividade de 4 toneladas por hectare a cada ciclo”, declarou.

Para tornar realidade a produção de camarão de água salgada em viveiros de água doce em seu lote, o produtor precisou realizar uma série de investimentos, principalmente no que diz respeito à qualidade da água. “A carcinicultura não é uma atividade simplória. A produção de camarão requer cuidados, precisa de uma equipe técnica dando suporte. Mas até agora tivemos todo o suporte do Distrito de Irrigação e também da Codevasf”, contou Salustiano.

Beneficiamento

Além da meta de executar pesquisas científicas para introduzir a carcinicultura e diversificar a produção nos perímetros irrigados do Baixo São Francisco sergipano, a Codevasf já viabiliza a comercialização do camarão. Toda a produção de Salustiano está sendo processada na Unidade de Beneficiamento de Pescados de Propriá, que desde 2012 funciona por meio de um contrato de cessão gratuita de uso da unidade, após reforma realizada pela Codevasf.

Implantada em 2005 para estruturar a cadeia produtiva de aquicultura na região do Baixo São Francisco sergipano, a Unidade de Beneficiamento de Pescados de Propriá foi fruto de um investimento de R$ 1 milhão. Atualmente, a unidade emprega cerca de 30 funcionários e possui capacidade para processar duas toneladas de camarão por dia e de executar o filetamento de até 800 kg de peixe por dia, com possibilidade de ampliação de acordo com a demanda.